Racing Point, um negócio de família

Racing Point, um negócio de família

Esse cenário aponta para um ano nada promissor para a equipe que quando chegou a fazer uma boa figura em anos anteriores no circuito. O que pode ser um desperdício do talento de uma equipe de engenheiros e projetistas com capacidade para fazer um carro competitivo.

Eduardo Amaral

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Rosa ou azul, para a Racing Point este não é um dilema em 2019, como pode ser visto no carro apresentado nesta quarta-feira. O carro da equipe que assumiu o lugar da falida Force India manteve a predominância do rosa visto no ano passado, com acréscimo de um azul mais destacado.

A equipe comprada no ano passado pelo milionário Lawrence Stroll seguirá em 2019 com o motor Mercedes por baixo da pintura que surpreendeu o mundo em 2018. O bom motor, entretanto, não é garantia de sucesso. Isso porque, quem estará guiando um dos carros é reconhecidamente tranca roda Lance Stroll.

Sorte dele, que tem um pai rico o suficiente para comprar uma equipe e garantir uma vaga na principal categoria do automobilismo. Azar do resto do grid, que precisará seguir mais um ano tendo de enfrentar o estilo de pilotagem desastroso do canadense, mais azar ainda do promissor Esteban Ocon, que ficou sem acento neste ano por não ter um progenitor com a carteira tão recheada.

Papai Stroll não faz economia para realizar o sonho do filho, e isso pode ser um grande problema para Sergio Perez. O mexicano pode até passar ao largo do suprassumo entre os pilotos, mas sabidamente sabe guiar melhor um carro a 300km/h melhor do que o companheiro de equipe. Agora, de nada adianta ser melhor quando o colega de trabalho é filho do dono da empresa. Mas vale lembrar que Perez não é do tipo que fica quieto para desmandos, e a tendência de uma combustão dentro do time é muito grande.

Esse cenário aponta para um ano nada promissor para a equipe que quando chegou a fazer uma boa figura em anos anteriores no circuito. O que pode ser um desperdício do talento de uma equipe de engenheiros e projetistas com capacidade para fazer um carro competitivo.

A grana do papai Stroll está garantida, e como um bom Papai Noel, ele já presenteou o time com uma sede maior e garantiu que o túnel de vento ficará no mesmo lugar, ao contrário dos tempos de Force India. Com capacidade para aparecer bem no pelotão intermediário, tudo aponta que a grande dificuldade da Racing Point para entregar os resultados será mesmo resolver a prováveis brigas internas que podem marcar 2019.

 

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