Raio-X novos F1: Alpine capricha nos detalhes em evolução direta de 2022 com novo carro

Chegou a legião francesa! A quinta-feira foi dia de ver o novo concorrente da Alpine para a Fórmula 1 2023. O novo A523 é uma experiência curiosa do time de Dirk de Beer, James Rodgers e Simon Virrill. É um dos modelos com mais cara de "evolução" do ano anterior e as novidades que abraçou são de carros que não necessariamente foram um sucesso estrondoso.

Vamos começar pela dianteira, com o bico do A523 seguindo a receita da Aston Martin do ano passado. Mesmo com muita evolução, o nariz largo e achatado, com ampla elevação para enviar ar ao assoalho acabou sendo abandonado inclusive pela Aston no seu novo modelo. Os franceses decidiram experimentar, com a principal vantagem sendo exatamente o potencial de gerar mais downforce com efeito-solo.

O problema é coordenar toda a turbulência sobre o carro e contornar a tendência de sair de frente, algo que obrigou a Aston a mudar todo o carro. Mas a região central acaba sendo a mais importante e a turma de Enstone trabalhou muito nas suas entradas de ar laterais, mantendo o conceito adaptado da Red Bull e avançando um pouco no tema.

Sim, vamos falar dos canais superiores. A Alpine não tem vales tão agressivos como os da Aston, mas a filosofia é parecida, mandando ar para o difusor e energizando todo o conjunto traseiro. Tudo indica que será um carro com muita tração, algo que já é uma característica favorável do propulsor Renault.

A parte mais chamativa é mesmo a do "pleno" sob a cobertura do motor. A região sobre o sistema de escapamento é enorme, com uma protuberância que lembra aquelas entradas de ar dos antigos Fórmula 3, só que dos dois lados. O "cornetão" acaba funcionando como um terceiro nível de ataque aerodinâmico e deve ter mais algum benefício para o funcionamento do motor.

A Alpine quer chegar mais perto do top 3 com Pierre Gasly e Esteban Ocon, por enquanto o projeto parece convencional demais para este salto. Mas a confiança está alta.