Raio-X novos F1: Ferrari mantém filosofia e agrega conceitos de Red Bull e Mercedes

Raio-X novos F1: Ferrari mantém filosofia e agrega conceitos de Red Bull e Mercedes

SF23 segue o DNA de downforce utilizável com carenagem ampla nas laterais e refinamento extremo

Bernardo Bercht

SF23 evolui projeto de 2022 com elementos de Red Bull e Mercedes

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Ela chegou, a italiana mais poderosa do mundo apresentou o SF23 nesta terça-feira. A Ferrari mostra confiança no conceito criado ano passado por Enrico Cardile e Loic Bigois, sob a consultoria do mago Rory Byrne. É o pleno refinamento do carro que recolocou Maranello no caminho das vitórias, mas incorporando as convergências que já se espera num segundo ano de regulamento.

O SF23 incorpora elementos importantes de Red Bull e Mercedes, não por acaso os outros carros que ganharam provas em 2022. E numa primeira olhada é bem parecido com o Aston Martin AMR23, mostrado na segunda. Mas nem venham com o "quem copiou quem". As similaridades são da convergência para fugir ou controlar o porpoising e, claro, otimizar o efeito-solo em busca do chamado downforce utilizável.

A Aston é mais extrema, com superfícies profundas, tentando tirar toda a energia possível do ar. A Ferrari é sinuosa, mais equilibrada. As laterais, por exemplo, que impressionaram na Aston. Os canais que a Ferrari inaugurou ano passado estão lá, mas o SF23 segue uma linha horizonta até a asa traseira, enquanto a adversário cria uma rampa descendente rumo ao difusor.

A Ferrari capricha nos detalhes. Usa a cobertura do halo para criar uma aleta no entorno do santantônio que vai ajudar a limpar o ar para a asa traseira. Dentro dos vales aerodinâmicos, um friso vira slot vazado por onde o fluxo de ar se divide entre o que entrou para refrigerar o motor e o que vai produzir mais downforce sobre a carenagem. Aqui, segue o conceito de aliviar o corte brusco de pressão de um eventual porpoising com downforce convencional sobre o carro.

A área de "ataque" da lateral é que incorporou o ângulo e entrada mais afilada que a Red Bull criou ano passado. O ar na região pega carona já na suspensão dianteira super angulada e tudo cria uma rampa para guiá-lo para o assoalho gerador de efeito-solo.

Lá na frente, o belo e afilado bico deu lugar a um modelo mais convencional. O padrão Mercedes, arredondado e curto foi a opção, pois gera uma carga positiva que facilita equilibrar o acerto do carro e evitar saídas de frente.

A Ferrari evoluiu um projeto vencedor de corridas. Confia no pacote que tem, mas vai depender da sua própria gestão e do que Red Bull e Mercedes vão mostrar para manter Charles Leclerc e Carlos Sainz com chances no campeonato.


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