Raio-X novos F1: McLaren busca corrigir erros de 2022 com alguns truques no MCL60

Raio-X novos F1: McLaren busca corrigir erros de 2022 com alguns truques no MCL60

Projeto de James Key adotou lateral ao estilo Red Bull, mas maioria das soluções evolui conceito próprio do ano passado

Bernardo Bercht

Bem-vindo Laranjão MCL60

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Chegamos à McLaren, com sua pintura idealizada pelo sobrinho desenhista de 15 anos do Zak Brown (como conseguem estragar preto e laranja?). O carro foi apresentado ainda na segunda, mas deixamos um dia o laranjão amadurecendo. O MCL60 de James Key tenta apagar a imagem do complicado modelo de 2022, mas curiosamente segue as mesmas filosofias. A teoria é que o time, agora comandado por Andrea Stella, aprendeu tudo de errado que tinha aquele carro  e achou soluções. Melhor isso do que apostar em algo completamente novo e se perder? Os sinais não são super positivos, com Stella falando no lançamento que aposta mais em atualizações e Lando Norris afirmando que está pronto para esperar alguns anos para a McLaren subir de nível.

Certo é que a principal mudança veio na lateral (Sim estamos falando muito das laterais nesse ano), com o conceito Red Bull de formato geral, com o corte frontal abrupto e a "rampa" rumo ao difusor traseiro. As entradas propriamente ditas, contudo, tem um DNA completamente McLaren, de desenho não buscado pelos outros times até aqui.

No caminho para o assoalho, mais precisamente a divisória entre carenagem superior e a região de efeito-solo, Key prolongou os "dentes" ou aletas da entrada do assoalho até a parede do cockpit, criando um difusor de ar que ajuda a "grudar" o fluxo nas laterais e potencializar a geração de pressão aerodinâmica.

A dianteira tem como principal chamariz a fixação da suspensão. O braço superior tem ângulo extremo para fixar na parte superior do nariz, lembrando as Williams dos anos 90. A utilidade parece ser dupla, primeiro para dar mais curso de movimento ao chassis e atenuar o corcoveio do porpoising; depois, para aumentar a inclinação do sistema todo e ajudar a conduzir ar para o assoalho.

O nariz McLariano tem uma filosofia própria, lembrando vagamente o da Aston Martin do ano passado. Achatado e largo, com um slot para passagem do ar por baixo. Ou seja, a pressão positiva ali não é tão importante quando liberar mais ar para gerar downforce no efeito-solo. É curioso, pois é uma solução que a maioria dos times estão abandonando até aqui.

Lá atrás, a equipe não mexeu muito na instalação do escapamento, com a divisória acentuada entre a "cintura coca-cola" e o entorno do motor. A ideia é colocar o máximo de equipamento por ali para poder afilar as laterais e liberar ar no difusor.


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