Raio-X novos F1: Williams aposta em aerodinâmica funcional inspirada na Red Bull campeã

Raio-X novos F1: Williams aposta em aerodinâmica funcional inspirada na Red Bull campeã

Novo carro do time inglês evita riscos e busca entender os conceitos do novo regulamento com efeito-solo

Bernardo Bercht

FW45 faz o tema de casa para a nova temporada

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Hora de recuperar os carros que fizeram lançamento fake, mas já vimos as fotos no shakedown. A Williams apresentou seu FW45 antes das primeiras voltas em Silverstone. O carro que levará as esperanças de Alex Albon e do estreante Logan Sargeant se afastou bastante do problemático FW44, mas ainda transparece estar "um passo atrás" em relação ao que os times da frente estão fazendo com o novo regulamento.

A turma do engenheiro-chefe Dave Robinson fez sua própria leitura do conceito Red Bull nas laterais, a grande área de desenvolvimento dos carros em 2023. Está ali a "assinatura" do canhão idealizado por Adrian Newey, com um ângulo forte de recorte após as entradas de ar rumo ao assoalho do carro. Mas a versão Williams tem uma convergência para o centro do carro ainda mais forte, com as entradas quase "estrábicas", apontando para o monocoque.

Há um esforço claro de canalizar o ar para a área central do assoalho, inclusive com as aletas de ataque da entrada principal dos túneis de venturi. A Williams usa um prolongamento com direito a um degrau para esticar ao máximo a peça sem sair das medidas regulamentares, tudo para abastecer o efeito-solo.

Na parte superior, o time também adotou os "canais" que a Ferrari popularizou. Mas não é nada acentuado, ou com maior ousadia, são leves ombros sobre os pontões laterais que ajudam a escoar um pouco mais de ar para o difusor traseiro. A inclinação da lateral da Williams não é tão grande quanto o que já vimos na Aston Martin e na McLaren, por exemplo.

Vamos para a dianteira, onde a opção foi por um bico que ainda mantém os padrões curvos do FW44, mas já adota uma superfície maior como a popularizada pela Mercedes em 2022. O ar escoa dali para um conjunto de suspensões dianteiras bem intrincado. A Williams não adotou formatos exóticos ou pontos de fixação fora do normais, como Mercedes e McLaren; mas os braços formam quase uma aleta para enviar ar para os túneis de venturi.

No geral, uma aerodinâmica bem funcional para quem não tem o direito de errar com as finanças curtas. Um carro para brigar bem no fundo do pelotão e levar alguns pontos nas boas corridas.


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