Sainz supera Mercedes com corrida cerebral e quebra hegemonia da Red Bull na F1

Sainz supera Mercedes com corrida cerebral e quebra hegemonia da Red Bull na F1

Espanhol venceu o GP de Singapura de maneira impecável, Norris e Hamilton completaram o pódio

Bernardo Bercht

Toureiro espanhol finalmente derrubou o touro

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El matador Carlos Sainz finalmente derrubou o touro imbatível. O toureiro espanhol, em vermelho Ferrari, foi impecável e conquistou a segunda vitória da carreira, com muito controle e estratégia no GP de Singapura. Num dia em que a Red Bull nunca teve ritmo, nem se achou na tática, a Mercedes tinha o melhor carro, mas dessa vez Sainz foi um engenheiro de pista para controlar sua liderança e vencer.

O final de prova foi tudo o que a Fórmula 1 queria, com os quatro primeiros lutando pelo topo do pódio, divididos por menos de dois segundos. George Russell tinha tudo para atropelar com pneus novos, mas beliscou o muro na volta final e bateu. Lando Norris usou a ajuda marota de Sainz com a asa móvel para manter sua McLaren em segundo e Lewis Hamilton completou o pódio com uma arrancada de qualidade no stint final.

A primeira grande história da corrida veio com a batida de Logan Sargeant, antes do primeiro terço ser completado. O piloto da Williams perdeu o bico e a direção de prova definiu um safety car, que poderia muito bem ser virtual. Era a chance da Red Bull trocar pneus e já se colocar num ótimo ritmo de prova perto dos líderes. Só que o time energético não aproveitou, nem com Verstappen nem com Perez. A turma da frente, porém, parou e colocou borracha nova.

Todo mundo de pneus duros e muita corrida pela frente indicava economia quase o tempo todo e pouca emoção. Mas era um dia diferente. Primeiro, com a turma toda dando seu jeito de passar as combalidas Red Bulls de pneus duros velhos. Sainz foi certeiro, Leclerc acabou perdendo posições por parar em fila com o colega espanhol e Russell apareceu como principal desafiante ao "Matador".

Mais atrás, Alonso não conseguia passar Perez, com a Aston Martin sem velocidade de reta. Ao tentar um ataque kamikaze, tomou um drible poderoso do desafeto Esteban Ocon. O piloto da Alpine armou um xis e fez valer, quase passando Perez na mesma manobra. Na volta seguinte, conseguiu superar a Red Bull também. Alonso, enfim, aproveitou o estonteado mexicano para ser sétimo.

A bela atuação de Ocon, contudo, parou num câmbio quebrado poucas voltas depois. A Red Bull aproveitou a chance para finalmente fazer seu pit, mas era um safety car virtual, então perdeu tempo e posições essenciais de qualquer forma, voltando no fim do pelotão. A Mercedes arriscou tudo com Russell e Hamilton, botando compostos médios e abdicando do pódio garantido.

Alonso também tentou aproveitar, só que a Aston melou tudo. Ficou com os dois pneus presos, baixou o macaco muito cedo e o espanhol desabou aos últimos lugares.

Seria pior, na bandeira verde, ao tentar atacar Kevin Magnussen, Alonso errou a freada. Ficou preso e teve de dar ré para voltar à corrida. Seguiria em último até a quadriculada em sua pior prova na Aston Martin.

Lá na frente, as Mercedes desmontavam a vantagem das Ferrari e Norris, a 2s ou mais por volta. Verstappen finalmente conseguiu fazer alguma coisa e ia escalando o pelotão com os pneus novos. Teve alguns momentos no limite, com Gasly e o ótimo Liam Lawson. O novato da AlphaTauri espremeu o holandês várias vezes, vendeu muito caro. Mas eventualmente Max foi embora para chegar num futuro quinto lugar.

Os holofotes de altíssima potência queriam todos mirar a briga da frente. Russell despachou Leclerc, Hamilton foi na carona. A dupla embutiu em Norris, mas foi a hora de Sainz brilhar.

Ele pediu ao engenheiro a distância para a McLaren. O engenheiro manifestou preocupação que Lando estava na zona de asa móvel. "Estou fazendo de propósito", respondeu Sainz. Com o DRS, Norris teve o suficiente para segurar as Mercedes.

Russell chegou a tentar um ataque total na antepenúltima volta. Norris fechou, Hamilton quase passou os dois, mas as posições se mantiveram. Na derradeira passagem, Hamilton disse no rádio que era mais rápido, Russell desconcentrou e beliscou o muro, a suspensão quebrou e acabou batendo de frente no muro.

Sainz seguiu impecável para a quadriculada. Norris comemorou muito o segundo posto, enquanto Hamilton cruzou em terceiro numa ótima recuperação, mas sabendo que era um dia de ganhar que a Mercedes desperdiçou.

O quarto foi Leclerc, após ter cumprido ótimo papel para ajudar Sainz. Verstappen finalizou em quinto. O sexto foi um combativo Pierre Gasly de Alpine, com Oscar Piastri mantendo Sérgio Perez atrás, no oitavo lugar. Liam Lawson devolveu a AlphaTauri aos pontos e garantiu seu contrato para a Fórmula 1 em 2024, com Kevin Magnussen levando o pontinho final para a Haas.


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