Verstappen comanda o GP de São Paulo de F1, Alonso dá show e busca pódio improvável

Verstappen comanda o GP de São Paulo de F1, Alonso dá show e busca pódio improvável

Holandês faturou com folga à frente de Norris, espanhol segurou o melhor carro da temporada na raça

Bernardo Bercht, direto de Interlagos

publicidade

Max Verstappen controlou com folga e venceu, neste domingo, o GP de São Paulo de Fórmula 1. O holandês segurou um ataque de Lando Norris, o segundo colocado do dia e foi embora. O espetáculo da corrida acabou servido por Fernando Alonso. O espanhol usou todas as ferramentas para segurar Sérgio Perez, na poderosa Red Bull, deu o troco após ser ultrapassado e cruzou em terceiro com um pódio conquistado na raça, na última volta.

Antes da corrida começar já tinha carro no muro. Charles Leclerc perdeu o controle no Laranjinha e bateu. No rádio, disse que perdeu pressão hidráulica. O procedimento de largada foi mantido e, na primeira curva, batida forte. Alex Albon tentou colocar por fora, com uma das rodas na tinta verde, e foi tocado por Nico Hulkenberg. O encostão arremessou a Williams na traseira de Kevin Magnussen, gerando um segundo forte impacto no muro.

Lá na frente, Verstappen arrancou sem ser ameaçado. Hamilton e Norris fizeram grande partida e engoliram as duas Aston Martin, que vacilaram. A McLaren subiu para segundo e a Mercedes em terceiro. Alonso conseguiu superar Stroll na batalha interna. Mais atrás, Oscar Piastri e Daniel Ricciardo tiveram os carros danificados por destroços do acidente.

A direção de prova ponderou seguir com safety car, mas uma volta depois acionou a bandeira vermelha.

A relargada teve Max de novo na frente. Depois do S, Alonso usou o vácuo para ir com tudo para cima de Hamilton e passou o britânico. O heptacampeão tentou dar o troco no Laranjinha, mas não achou espaço.

Mais umas três voltas e Norris por um curto período teve mais ação que a Red Bull. O piloto da McLaren entrou na zona de asa móvel e teve a chance de um ataque na Curva do Lago. Verstappen freou mais tarde e se manteve na liderança. Depois disso, conseguu abrir para 3,5s.

Mais atrás, Hamilton segurava o ritmo do resto do pelotão. A Mercedes já mostrava desgaste excessivo de pneus. O resultado é que Perez foi para cima de Russell, que reclamou no rádio se ia ter trabalho de equipe ou não. Não teve e Perez jantou os dois. Hamilton parou logo depois, o primeiro a trocar pneus da turma da dianteira. Perez marcou o britânico e Russell também foi.

Alonso segurou mais um pouco e conseguiu voltar ainda na frente de Perez quando parou. Stroll superou Sainz e, em seguida, despachou as Mercedes. Mesmo de pneus médios, a borracha superaquecia e deixava a dupla sonhando com o carro zeropods do ano passado.

A partir daí a corrida era bem mais tática, com Perez usando agora pneus parecidos com o de Alonso. Lá atrás, a Mercedes só sofria. Russell foi superado por Gasly e Tsunoda, sem chances de reagir. A equipe decidiu por seu abandono da corrida. Hamilton chegou a dar o troco em Gasly após os pits, mas a Alpine rendia melhor com o passar das voltas. O francês chegou e superou o britânico, sem chances de troco. Tsunoda e Ocon ocupavam as últimas duas posições de pontos.

A partir da volta 50 começou a verdadeira mágica de Fernando Alonso Dias. Perez claramente tinha mais ação e grudou na Aston. Só que o espanhol passou a colocar o carro em todos os lugares errados na hora certa. Checo tentou uma vez no fim da reta oposta, Alonso deu uma leve variada para o meio e conseguiu evitar o passão.

De maneira cirurgica, o espanhol impedia cada movimento do mexicano, num carro que uma corrida atrás não beliscava os pontos. Enquanto Verstappen controlava a vantagem para Norris na liderança, chegou a volta 70 da luta pelo pódio.

Perez guardou energia da bateria na volta anterior e acionou tudo para avançar com a asa móvel. E ultrapassou. "Quando ele passou eu achei que já era o pódio. Não é possível. Mas aí ele errou um pouco na curva e eu decidi que ia tentar", narrou o espanhol após a prova.

E como tentou. Incomodou por todo o miolo, tentou por fora na sujeira do Laranjinha. Veio o retão, acionou a asa e preparou o bote após o S do Senna. Na oposta, lembrando o movimento de Senna sobre Damon Hill, 30 anos atrás, ele driblou pra dentro e colocou por fora. Freou lá dentro e levantou a torcida, que abafou o som dos motores. A briga continuou até a reta final. Perez usou a asa móvel e pegou o vácuo, mas a Aston Martin cruzou 53 milésimos à frente. Um terceiro lugar obra prima de Alonso no Brasil.

Verstappen finalizou como líder, Norris a seguir. Lance Stroll fez sua melhor corrida do ano para fechar em quinto, após passar as Mercedes e Carlos Sainz. Numa corrida discreta, o espanhol finalizou em sexto com a Ferrari. Gasly, Hamilton, Tsunoda e Ocon fecharam a pontuação.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895