Verstappen vence no Azerbaijão, com ordem de equipe e implosão da Ferrari

Verstappen vence no Azerbaijão, com ordem de equipe e implosão da Ferrari

Holandês controlou com folga, após quebra de Leclerc, Hamilton deu ação à prova com muitas ultrapassagens

Bernardo Bercht

Holandês esperou quebra da Ferrari e ajuda de Perez para disparar para a vitória

publicidade

A Ferrari e a Red Bull entregaram de bandeja e Max Verstappen foi lá ganhar o GP do Azerbaijão. Charles Leclerc tinha tudo para disparar para a vitória, mas o turbo quebrou  e deixou o monegasco a pé. Sérgio Perez seria o líder, mas a equipe mandou ele deixar o holandês passar. Sem adversários, Max disparou para a ponta e comandou a corrida em Baku para disparar no campeonato. George Russell fez uma corrida solitária, aproveitou as quebras e sem muita ação faturou mais um pódio improvável, em terceiro com a Mercedes.

Sérgio Perez foi perfeito na largada e deu o bote para liderar à frente de Leclerc. Max não arrancou tão bem e quase foi superado por Carlos Sainz. Mais atrás, Sebastian Vettel batalhou para ficar à frente de Yuki Tsunoda, com Fernando Alonso se segurando em décimo contra as McLaren.

Na turma do fundão, Lewis Hamilton começava sua batalha interminável, contra o porpoising e as AlphaTauri. As batalhas de pista duraram pouco, contudo, pois Sainz parou na oitava volta com pane hidráulica. A primeira pataquada da Ferrari.

O safety car virtual foi acionado e muita gente antecipou os pits, inclusive a Ferrari. Foi a escolha certa, com as Red Bull permanecendo na pista e tendo que parar depois com bandeira verde. Uma galera foi na carona de Leclerc, enquanto Fernando Alonso, Norris, Ricciardo e Esteban Ocon decidiram permanecer na pista.

Veio a relargada e Leclerc rapidamente descontou diferença para as Red Bull. Perez liderava, mas o time ordenou que ele não oferecesse resistência a Verstappen, com a dupla virtualmente atrás da Ferrari que teria de parar. Antes do pit, contudo, aquela que seria a remontada de Charlinho, terminou com o turbo italiano abrindo o bico. Agora o campeonato ficou longe do time que tem a melhor máquinha do ano, em performance bruta.

O caminho estava livre para Verstappen vencer sem maiores complicações e de pneu novinho. De quebra, Perez foi para o undercut, só que o time segurou o mexicano com os pneus já trocados, num pitstop muito lento. Mesmo fazendo a volta mais rápida da prova, ele voltou atrás de Verstappen e seu pit impecável.

Lá atrás, as duas McLaren comboiavam Alonso, enquanto Ocon segurava uma galera medonha. Vettel tentou passar o francês, espalhou e perdeu algumas posições. Com bom ritmo, porém, ele iria se recuperar rápido, numa ótima prova com a Aston Martin.

Coube a Hamilton, então, mostrar para a turma como passar a Alpine e sua imensa velocidade com pouca asa nas retas. Fora da zona de DRS, ele se atirou por dentro e foi embora. Alonso parou e voltou atrás de muita gente, só que com pneus novinhos para se divertir. Em oito voltas, o espanhol usou a borracha brilhante para passar quatro adversários, incluindo as duas Alfa Romeo, Stroll e Magnussen com a Haas. Ocon demorou um pouco, mas cedeu a posição e o espanhol já tinha recuperado o prejuízo da parada sob bandeira verde.

Depois de todo mundo parar na janela 1, mais um safety car virtual com a quebra de Guanyou Zhou. Aqueles que tinham trocado de pneus cedo aproveitaram para garantir os chinelos solados até o final. A vantagem foi de Daniel Ricciardo que conseguiu superar Norris numa tática diferente de pneus. Ocon, apesar do ritmo lento, também se deu bem, voltando em 11º.

Lá na frente, Hamilton mostrava toda a sua ação para superar Tsunoda e, depois, Pierre Gasly. Contra o francês, precisou de duas voltas. Primeiro tentou por fora, para na segunda frear com tudo por dentro, na sujeira, e se adiantar para enfim ser o quarto colocado. O dia combativo rendeu o título de piloto da corrida do público para o britânico. A essa altura, ele já reclamava de muita dor nas costas com o porpoising enloquecedor da Mercedes no retão.

Atrás de Alonso, num bom sétimo lugar, as McLaren negociavam muito pelo rádio. Norris queria a posição para atacar, apesar dos pneus duros mais velhos. Com graining nos médios, Ricciardo dizia que estava se preparando para atacar a Alpine. O australiano até tentou, reduziu a desvantagem para 1,3s, mas nunca entrou na zona de asa móvel de Alonso. Falando em DRS, Tsunoda teve que ir para os pits com o sistema quebrado e abrindo sozinho, perdendo merecidos pontinhos.

Verstappen seguiu em procissão, a 15 segundos de Perez, para a bandeirada e ser mais líder que nunca. O mexicano cruzou resignado em segundo, agora com dobradinha Red Bull também na tabela de pontos. Russell foi terceiro, com Hamilton em quarto. Os dois pilotos da Mercedes sofrendo para deixar o carro com dores na coluna. Mais fortes para Hamilton, já com a bunda dormente.

O quinto foi o valoroso Gasly de AlphaTauri. Na sexta colocação, uma nova pequena redenção de Sebastian Vettel, dando fôlego para ele e a Aston. Alonso salvou o dia da Alpine em sétimo, com Ricciardo não cedendo para Norris nos nove primeiros. Ocon levou o pontinho final do dia.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895