Viature de Course - História dos franceses na pista começa no rally e vai até a Fórmula 1

Viature de Course - História dos franceses na pista começa no rally e vai até a Fórmula 1

Enquanto a RZ Competizione trabalha no santantônio do Peugeot 306, PitLane resgata grandes carros

Bernardo Bercht

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A semana ficou curta por conta do Carnaval, mas o projeto Viature de Course segue firme na RF Competizione. Em breve vamos contar tudo sobre a instalação do santantônio, elemento essencial para segurança de um carro de corrida. Agora, porém, é sempre bom resgatar um pouco de história e a fábrica de Sochaux, famosa nos rallys, sempre manteve uma presença saudável nas pistas.

A Peugeot estava, por exemplo, na primeira corrida automobilística de que se tem registro na história, ao vencer a travessia Paris Rouen, em 1894. A jornada, por sinal, levou três dias, de 19 a 22 de julho. No ano seguinte, revolucionou ao competir pela primeira vez com rodas emborrachadas, desenvolvidas em parceria com a Michelin.

Avançamos um século, quase, no tempo e, em 1981, um certo Jean Todt foi encarregado de organizar a Peugeot Sport. O navegador de rally aposentado dava seus primeiros passos rumo a ser um dos maiores dirigentes automobilísticos de todos os tempos. Sob a sua batuta, o primeiro título no mundial de rally veio em 1984, com o Peugeot 205. Em seguida, a marca marcou época no Paris Dakar, e consagrou o finlandês Ari Vatanen. Foi bicampeã com o Peugeot 405 em 1989 e 1990. Antes, bateu o recorde da famosa prova de subida de montanha Pikes Peak, também com Vatanen em 1988.

Muita poeira, algum asfalto, mas nos anos 90 a Peugeot colocou a maior corrida da endurance do mundo na sua alça de mira. Avançou das trilhas para o asfalto e decidiu que precisava ganhar a maior corrida realizada no seu país, as 24 Horas de Le Mans. Para isso, foi criado o protótipo 905, que em realidade era um Fórmula 1 carenado com motor V10 3,5 litros de 650 cavalos.

Sua primeira versão foi guiada por Keke Rosberg ainda em 1990 e a vitória veio na primeira etapa do Mundial de Esporte Protótipos do ano seguinte, com Mauro Baldi e Phillipe Alliot em Suzuka.

Foram necessárias várias atualizações, contudo, para vencer Le Mans. Mas a conquista foi garantida nos dois anos seguintes. Em 1992, Derek Warwick, Yannick Dalmas e Mark Blundell faturaram o sonhado troféu e, em 1993, a equipe preencheou todo o pódio com 905, o de Eric Hélary, Christophe Bouchut e Geoff Brabham na frente dos demais.

Depois de todo esse desenvolvimento nos protótipos, a Peugeot decidiu dar seu maior salto, ao fornecer os seus motores V10 para ninguém menos que a tradicional McLaren na Fórmula 1. Um potente V10 de 720 cavalos foi instalado no competitivo MP4-9, mas uma primeira metade de ano cheia de quebras fez Ron Dennis mudar de ideia e buscar os alemães da Mercedes. Chamar de fracasso, entretanto, é uma injustiça para uma unidade de potência que faturou nove pódios com Mika Hakkinen e Martin Brundle. Ainda viriam 14 pódios somados aos da Jordan e da Ligier-Prost até 2000. A montadora retirou o apoio, mas o projeto do V10 era tão sólido que o consórcio Asiatech ainda forneceu o equipamento para Arrows e Minardi, até 2001.

Nos rallys, vieram três títulos mundiais entre 2000 e 2002 com Marcus Gronholm e o Peugeot 206. O 306 Maxi também competiu um pouco antes e faturou alguns pódios com Gilles Panizzi.

A marca do Leão voltaria ao asfalto de Le Mans em 2007, com o protótipo diesel 908 HDi. Encarar a multicampeã Audi não seria tarefa fácil, mas logo na primeira corrida, os 1000 kms de Monza, Marc Gené e Nicolas Minassian venceram. Nas 24 Horas de Le Mans, problemas tiraram o troféu dos franceses. Mas ele viria, 16 anos após a última vitória Peugeot na corrida. Em 2009, fizeram dobradinha, com o carro conduzido por Alex Wurz, David Brabham e Marc Gené faturando a bandeirada.

Há muito mais detalhes e histórias para contar dos Peugeot, principalmente nas competições de turismo. Num próximo capítulo da nossa jornada vamos nos aprofundar no Peugeot 306 e sua jornada de vitórias nas corridas europeias.


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