Williams tem frente convencional e laterais ousadas nas novas regras da Fórmula 1

Williams tem frente convencional e laterais ousadas nas novas regras da Fórmula 1

Carenagem no entorno do motor chama atenção em carro mostrado até aqui em duas fotos do shakedown

Bernardo Bercht

Latifi encarou a chuvarada para dar as primeiras voltas

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Chegou o azulão! A Williams começou o dia fazendo pataquada, com a apresentação de um carro fake. Uma decisão esquisita, já que em seguida apareceram fotos do FW44 verdadeiro já pintados nas novas e belas corres de 2022. A gente vai analisar do jeito que deu, sem todos os ângulos apropriados.

A abordagem dos britânicos é mais uma proposta diferente para o novo regulamento. Os conceitos apontam numa direção, porém, parecida com o que mostrou a McLaren.

De cara, o bico e a asa dianteira chamam a atenção. A Williams optou por um ângulo de ataque extremo, com bastante inclinação dos elementos, gerando downforce da maneira convencional ali na frente. Para recuperar um pouco do ar, o nariz do carro é bem arredondado, formando espécies de domos que canalisam o ar em várias alturas para o assoalho, onde será necessário para o novo efeito solo.

Nesta parte importante do carro, as fotos não permitem ver muito. As entradas de ar laterais do FW44, contudo, são bem mais convencionais do que se viu até então. Com aberturas em forma de cunha, no padrão que estávamos acostumados até 2018, por aí. Já que tem menos opções para refrigerar os componentes e alimentar o motor, a turma do projetista David Worner caprichou no santantônio, com uma abertura quadrada e bem maior que nas temporadas passadas.

Chegamos então ao componente mais radical da Williams a cobertura do motor. As laterais terminam em um ângulo bem agressivo e a traseira é super compacta, liberando o máximo possível da área superior do assoalho. É o caminho que a McLaren buscou com seu MCL36, mas numa medida ainda mais extrema. Há inclusive protuberâncias, uma delas ainda próxima da entrada de ar, provavelmente um elemento estrutural de absorção de impactos.

Mais atrás, o sistema de exaustão obriga a cobertura, que abdica da barbatana, a fazer curvas até a saída única de escape sob o aerofólio traseiro. Este é o primeiro spoiler "real" a apresentar um gurney flap, aquele segmento reto no fim da lâmina traseira.

É outro recomeço para a Williams, sem poder evoluir os conceitos que de certa forma deram certo em 2021. As ideias são interessantes, resta ver o que Nicholas Latifi e Alex Albon terão condição de fazer.


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