"Clima na Record é afetivo e horizontal, sem egos inflados"

"Clima na Record é afetivo e horizontal, sem egos inflados"

Com 20 anos de carreira, o ator Caetano O’Maihlan colher os frutos dos seus trabalhos. O ator está escalado para viver o filisteu Quedés, em “Reis”, tem projetos no teatro com o Grupo Tapa e lançará curso sobre técnica Chubbuck

Luciamem Winck

Caetano: "Fui bem preparado pelo processo de coach que a Record investe sabiamente"

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Natural de São Paulo e criado em Paraíso, onde mora atualmente, o ator Caetano O’ Maihlan iniciou ainda muito jovem. Aos 18 anos, deu os primeiros passos como modelo e passou por países como Nova Iorque, Itália, Paris, Londres e Japão. Durante as viagens, conheceu culturas diversas e aprendeu a falar outros idiomas como inglês, francês e japonês. Aos 21 anos, Caetano decidiu morar no Rio de Janeiro, onde viveu por 16 anos se dedicando às oportunidades que surgiam. É formado pela Escola de Teatro Célia Helena, Casa de Artes de Laranjeiras e licenciado na técnica Chubbuck, tendo estudado no Studio Ivana Chubbuck, em Los Angeles. Caetano também ministra aulas com essa técnica e realiza um trabalho na clínica de Psicologia supervisionado por sua esposa, a psicóloga Priscilla Tavares. Ele auxilia pacientes com fobia social, manias, tricotilomania, entre outros diagnósticos, através da atuação.

Os 20 anos de carreira do ator são marcados por grandes momentos. Começando pelas novelas, Caetano esteve presente em “Eterna Magia” (2007), “Viver a Vida” (2009-2010), “Insensato Coração” (2011) e Além do Tempo (2015), na TV Globo; “Água na Boca” (2008), na Band; “Rei Davi” (2012), “José do Egito” (2013), “Milagres de Jesus” (2014), “Terra Prometida” (2016), “Gênesis” (2021) e está escalado para “Reis” (2022), produções da Rede Record. Caetano participou também dos seriados “Sítio do Pica-pau Amarelo” (2006), “Acampamento de Férias” (2009), na Globo; “A Lei e o Crime” (2009) e “Conselho Tutelar” (2018), na Record; e “A Vida Secreta dos Casais” (2019), na HBO. Já no cinema, fez parte do elenco de “Real - O Plano por Trás da História” (2017) e Copa 181 (2017).
No teatro, integra a Companhia de Teatro Íntimo e já atuou em mais de 23 peças, entre elas “O Beijo no Asfalto” com Roberto Bomtempo, “Escola de Molières”, de Amir Haddad; “12 Homens e Uma Sentença”, do Grupo Tapa e “A Profissão da Sra. Warren de Bernard Shaw”, que será apresentada em Portugal em 2023. Entre os episódios marcantes de sua carreira está a participação no filme “Zoolander”, dirigido por Ben Stiller, como figurante. Aos 20 anos, o ator conheceu um set de Hollywood e esteve com David Bowie, Owen Wilson, Natalie Portman e o próprio diretor. Vale lembrar que Caetano foi ator e produtor de um belíssimo projeto com “Os Doutores da Alegrias” que realizou no Rio de Janeiro durante sete anos. 

Caetano revela, ainda, que ao final de “Reis”, estreará o espetáculo “Papa Highirte”, escrito por Oduvaldo Vianna Filho. A montagem é do Grupo Tapa e será apresentada em São Paulo. Ele dividirá o palco com o ator Zé Carlos Machado. O artista também já está trabalhando no lançamento do seu curso de interpretação “A Fonte”, sobre a técnica Chubbuck.

CS - Veterano em novelas bíblicas, como estão os preparativos para mais um desafio?

Caetano - Neste momento, já me encontro no meio da batalha. Fui bem preparado pelo processo de coach que a Record investe sabiamente. Tive muitos ensaios e discussões com a minha família da trama, além de workshops de luta e dança. Agora estou preparando o coração para a emoção da estreia.
 

CS - Sem dar spoiler, o que você pode adiantar sobre o novo trabalho? O que o público pode esperar do personagem Quedés, filho primogênito do rei filisteu Guedór (Anselmo Vasconcelos) e da rainha Anainér (Sílvia Pfeifer)?
Caetano -
Quedés é implacável quando se trata de defender o legado do seu povo filisteu. Ele não vai medir esforços para recuperar as terras que os hebreus invadiram. Assim como o seu pai, de quem ele quer a aprovação, está sempre dissimulando as reais intenções de seus atos, tramando com o rei, a rainha e seus irmãos os próximos passos para subjugar os israelitas como grande estrategista que é.

CS - O que a Record TV representa na sua carreira? 
Caetano -
A Record representa afeto e aprendizado. Uma empresa que sempre me acolheu e me deu oportunidade de crescimento. Lá o ambiente de trabalho é sempre afetivo e horizontal, sem egos inflados. As novelas bíblicas exigem muito estudo e é muito estimulante aprender cada vez mais sobre as histórias que revelam o caminho, principalmente da civilização ocidental, até os dias de hoje.
CS - Você é ator e professor formado em Hollywood. Em meio ao processo de construção do personagem, quais foram os principais desafios?
Caetano - O desafio tem sido, como na maioria das novelas, achar o espaço de concentração em meio à velocidade com que gravamos as cenas, o espaço para estar inteiro na hora do “gravando”. Também fico comprometido por conta da grande importância que se dá à caracterização, figurino, cabelo, cenário… Tanto no trabalho em casa, estudando as motivações do personagem na obra e cena a cena, como as estratégias para se ter o que ele deseja, de quem ele precisa, pareando com as pessoas da sua vida de quem você tem as mesmas necessidades emocionais, são imprescindíveis pra me fazer presente e dar realidade ao Quedés.

CS - Caetano, você está há 10 anos na Record TV. Sua última interpretação foi o príncipe Bachir, em Gênesis, que acabou condenado pelo rei Abimeleque (Leonardo Franco) a viver em um calabouço pela morte do marido de Hannah (Yris Sampaio). O que representa fazer parte do elenco de Reis, que estreia ainda em 2022?
Caetano -
Fiquei muito contente em já ser chamado para uma nova obra em tão pouco tempo. Atribuo isso as ótimas cenas escritas pro Bachir, nas quais consegui colocar a técnica Chubbuck em prática e dar tridimensionalidade ao personagem. Estou muito curioso pra ver como Reis vai ficar, já que o diretor Juan Pablo Pifes está imprimindo uma linguagem de cinema que vai mudar a maneira com que a Record vem retratando as novelas bíblicas, que têm características de série, e impactará o público.

CS - Além de sua presença em “Reis” e “Gênesis”, já esteve no elenco de “A Terra Prometida” (2016), Milagres de Jesus (2014), José do Egito (2013) e Rei Davi (2012), todas as produções da Record TV. Como foram os personagens e com qual deles vocês mais se identificou?
Caetano -
Baaná, em Rei Davi, foi meu primeiro papel em novelas bíblicas. Ele era um assassino mercenário que conspira para cortar a cabeça do rei. Depois veio Gibar, em José do Egito, um herói romântico que com paciência e afeto inabalável conquista o amor de Diná. Em A Terra Prometida, fiz Setur, um ferreiro, exímio guerreiro. Aqui conquistei o domínio sobre o cavalo, já que precisávamos guerrear. Montamos a cavalo, e assim nasceu minha paixão por esses animais. Mas foi com Doran em Milagres de Jesus que tive a oportunidade de experimentar um protagonista. Foi muito rico trabalhar a transformação desse personagem e a sutileza das suas relações.

CS - Antes da carreira de ator, aos 18 anos você foi modelo, tendo trabalhado em Nova Iorque, Itália, Paris, Londres e Japão e foi através desses trabalhos que aprendeu outros idiomas, como o inglês, francês e até o japonês. E como você foi parar em Hollywood?
Caetano -
Esse período viajando e entrando em contato com diversas culturas foi crucial para a minha formação como ser humano e artista. Em Nova Iorque fui selecionado para participar como figurante no longa ZooLander. O set ficava a uma hora de viagem saindo da Times Square. Fiquei impressionado com a organização e a grandiosidade do set. Se nós tomássemos chuva, fôssemos expostos à fumaça ou sofrêssemos algum acidente, automaticamente tínhamos um adicional de 50 dólares no cachê (risos). Acontecia de figurantes subirem de cargo, por exemplo, aparecendo ao lado do protagonista Ben Stiller na sua “gangue” e saíam da tenda e ganhavam um trailer. Tinha montanhas de comida no set, acho que para manter a figuração sempre satisfeita e sedada. No café da manhã podíamos pedir omelete com salmão, cogumelos, milhares de opções, até shake de proteína tinha, kkkkk. Foi incrível ver como o set funciona numa produção hollywoodiana e ainda ver de perto astros como David Bowie, Natalie Portman, Owen Wilson e o próprio Ben Stiller.

CS - Com duas décadas de profissão, você acumula 23 peças, 10 novelas, 5 seriados e 2 filmes. Depois de Reis, quais são seus projetos?
Caetano -
Depois de “Reis” vou ter o desafio de entrar na peça Papa Highirte com só quinze dias de ensaio. A peça com o Grupo Tapa estreia dia 1° de abril no Teatro aliança Francesa em São Paulo. Estou com um curso de interpretação da Técnica Chubbuck, no Hotmart, pronto para ser lançado assim que acabarem as gravações. As pessoas vão ter aulas gravados estilo Master Class e ainda algumas lives em que vou tirar dúvidas e avaliar os monólogo que os alunos gravarão e poderão usar como videobooks, com base na Técnica de Hollywood.

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895