"Este é um dos maiores desafios da minha vida'

"Este é um dos maiores desafios da minha vida'

Ator Saulo Segreto, de 39 anos, o Pastor de Ovelhas, da série "Reis", da Record TV, concede entrevista ao Caderno de Sábado

Luciamem Winck

Saulo Segreto é o Pastor de Ovelhas da série "Reis", exibida de segunda a sexta, na Record TV

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Com 39 anos, o ator Saulo Segreto está no elenco de "Reis", na Record TV. Na trama, ele dá vida ao pastor de ovelhas. Além da TV, o ator tem feito muito sucesso no Instagram com suas dublagens que começaram durante a pandemia e que conquistaram fãs como Xuxa e Isabel Teixeira. Em 2023, Saulo Segreto também estará no cinema com o filme “Ninguém é de ninguém”, de Wagner de Assis, e na série “Amar é para os fortes”, criada pelo cantor Marcelo D2 e produzida pela Prime Video. Carioca, o artista, que também é fotógrafo, fez participações em diversas produções da TV como as novelas “Gênesis”, da Record. Nos palcos, esteve em espetáculos como "Merlin e Arthur”, que lhe rendeu três indicações a prêmios de ator coadjuvante, “Chacrinha - o Musical” e “Cazuza - Pro dia nascer feliz”. No cinema, atuou em “Minha mãe é uma peça 2” e protagonizou o longa “Só se vive uma vez”.

 

Com a pandemia, te transformaste no fenômeno da comédia em dublagem do Instagram. Conquistaste o público a partir do primeiro vídeo. Até dezembro de 2021, tua conta no Instagram possuía apenas 4k, hoje, já passa de 390k, entre famosos e seguidores do mundo todo. Como isso aconteceu e que mudanças ocorreram em sua rotina?

Nem eu sei explicar como. Simplesmente aconteceu. A única coisa que eu fiz foi investir mais na criação dos vídeos quando percebi que as pessoas gostavam do conteúdo. E hoje é isso: já faz parte da minha rotina. Mudança real foi que eu adicionei essa tarefa diária de criação de vídeos. É como escovar os dentes para mim. Meu olhar sobre o Instagram mudou também. Vejo mais coisas correlacionadas ao meu conteúdo.


Tens no currículo musicais importantes, como “Chacrinha, O musical”, “Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte” e “Merlin e Arthur, um sonho de liberdade”, que te rendeu três indicações a prêmios de melhor ator coadjuvante em musicais. No audiovisual construíste tua carreira com participações em novelas. Como ingressaste na dramaturgia?

Foi uma coisa gradual e natural. À medida que eu trabalhava mais no teatro, as pessoas foram me conhecendo mais e aos poucos fui sendo chamado para ingressar no audiovisual. Hoje posso dizer que minha carreira está mais no audiovisual do que nos palcos.

 

Estás no elenco de Reis, na Record. Na trama, dá vida ao pastor de ovelhas. Fala um pouco sobre o personagem e se existe alguma semelhança entre vocês.

Acho que o trabalho do ator é justamente achar as semelhanças e trazê-las à tona. Acredito que ele é um homem fiel aos próprios princípios e extremamente honesto - características que eu me orgulho muito de ter.
 

Já fizeste participações em diversas produções da TV. Como foi sua participação em Gênesis, da Record?

Foi uma alegria. Eu estava num núcleo de atores de teatro. Atores que eu admiro muito. Então eu pude me divertir ao lado de pessoas incríveis e com muita bagagem. Olhar um bom ator trabalhando é uma das melhores maneiras de aprender.
 

Existe alguma comparação entre as duas produções da emissora? Qual papel foi mais desafiador?

A Record vem crescendo muito em qualidade. Eu que já fiz participações na emissora há mais de 10 anos e hoje fico admirado com o cuidado nas produções atuais. Acredito que só vem crescendo. Os papéis são sempre um desafio. Não consigo dizer se um foi mais difícil.
 

De que forma a pandemia afetou sua rotina e que lição tiraste dessa experiência imposta pelo distanciamento social?

Eu tive o que eles hoje chamam de longa covid. Peguei a primeira leva do vírus em março de 2020. Fiquei quase 18 meses com olfato alterado e muitas questões psicológicas. A minha vida ganhou outro sentido depois disso. Hoje, estou muito mais ligado à minha religiosidade e tentando valorizar o que realmente importa.
 

Quando tudo falta o que é imprescindível?

Ainda aprendo todos os dias, mas esse, com certeza, vai ser um dos maiores da minha vida.
 

Quando não estás atuando, o que gostas de fazer?

Sou muito nerd. Eu gosto de séries e jogos. Sou viciado em qualquer tipo de jogo (risos). Mas meus amigos são uma prioridade - gosto de estar com eles em qualquer lugar.
 

Quais teus projetos futuros? Seguirás na Record para novos desafios profissionais?

A minha passagem pela Record será rápida. E ano que vem é que as coisas estão mais quentes com os lançamentos dos projetos que eu já concluí.
 

Neste ano, estrelaste campanha interna de um banco e gravou o primeiro papel em série na Amazon Prime - “Amar é para os fortes” -, com produção de Marcelo D2 e direção de Katia Lund, com previsão para ser lançado em 2023. Fale um pouco a experiência.

Foi paixão à primeira vista. Eu nunca tinha feito séries antes e acredito eu que seja o que mais curto fazer além de cinema. No cinema você tem tempo para ter mais cuidado. E nas séries acontece a mesma coisa. Eu gosto muito do meu trabalho e quando há tempo para fazê-lo com calma é como cuidar de um filho com tempo para brincar, dormir agarrado, errar e se redimir. É um prazer indescritível. Fora que a produção e o elenco são incríveis. Eu estou apaixonado, poderia ficar horas falando disso (risos).
 

Cursaste eletrônica, Publicidade, Psicologia e terminaste no teatro, na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). Este foi o ponto de partida para tua trajetória artística? Como tudo começou?

Acho que no fundo eu estava fugindo dela. Fiz teatro, dança e artes plásticas desde muito novo, mas não entrava na minha cabeça que isso poderia ser minha profissão. Um dia acho que cansei de fugir e assumi meu amor e dedicação pela arte. Larguei a Faculdade de Publicidade no sexto período e fui fazer teatro na CAL.
 

Em algum momento do futuro, as outras profissões podem ter espaço em tua vida?

Elas têm hoje. Eu mexo em tudo na minha casa. A parte elétrica sou eu quem conserto. Faço luminárias e adapto tudo do meu jeito. Não chamo ninguém pra mexer em nada. Já a Psicologia eu uso no meu trabalho. Me ajuda muito a analisar os personagens com um olhar mais técnico e mais profundo. A Publicidade é que nunca foi realmente algo que eu queria. Eu acreditava que iria criar peças de arte para campanhas. Tudo errado. Puxava mil matérias de design que era realmente o que eu gostava de fazer.
 

Quais teus planos para os próximos anos?

Trabalhar, trabalhar e trabalhar. É o que eu mais gosto de fazer na vida.

Algum novo desafio pela frente? O que te fascina?

O cinema é realmente uma paixão. Eu tenho vontade de dirigir um filme. Ainda vou. Se Deus quiser. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895