Gabi Busich: Arte em dose dupla

Gabi Busich: Arte em dose dupla

Atriz de 27 anos está no elenco de ‘Reis’, da Record TV, e desenvolveu na pandemia o seu talento para as artes visuais

Luciamen Winck

Atriz Gabi Busich de 27 anos é Adelina, na série "Reis", da Record TV, e desenvolveu talento para as artes visuais na pandemia

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Com 27 anos, dos quais seis dedicados à arte, a atriz Gabi Busich está no elenco da série ‘Reis’, da Record TV, onde interpreta Adelina, uma personagem polêmica que sacudiu o casamento do Rei Saul, como sua primeira concubina. Antes disso, ela participou da novela “Amor Sem Igual”, também na emissora, que está sendo reprisada neste momento. Em seu currículo constam participações em algumas novelas da Globo, como “Êta mundo bom”, “Amor à vida” e “Deus salve o rei” e na série “Os homens são de Marte”, do GNT. Em 2023, ela poderá ser vista no longa "Nosso Lar 2: Os Mensageiros". Paralelamente à carreira de atriz, Gabi é artista plástica Descobriu esse dom durante a pandemia, e está com uma coleção em andamento para uma futura exposição. A maior parte dos seus quadros são representações do universo feminino com força, delicadeza e sensibilidade. Ela revelou uma interessante coincidência entre a dramaturgia e a arte em sua vida. “Quando recebi o convite para interpretar Adelina, estava pintando, e foi uma surpresa. A partir daquele instante, fiquei 45 dias sem entrar no ateliê para me dedicar à série.

Gabi, quanto a arte entrou em sua vida?
Meu interesse pela arte começou aos meus sete anos. Eu era uma menina muito tímida e a melhor maneira que encontrei para me expressar foi através do desenho. Eu sempre tive uma criatividade muito aguçada, canalizar isso para a arte foi o melhor caminho que eu poderia ter seguido. Pouco tempo depois comecei a fazer aulas de teatro no próprio colégio, e a partir dali nunca mais abandonei.


O que pode nos contar sobre a personagem Adelina? Há alguma semelhança entre vocês? Que características destacam na personagem?
Adelina é uma personagem romântica, apaixonada e ingênua. Acho que essas são as características que mais nos assemelham, mas em compensação ela é muito impulsiva, age quase sempre pela emoção. Eu já sou uma pessoa que pensa 2, 3, 4 e até 10 vezes antes de agir. Ela encara qualquer coisa para conseguir o que deseja. Estou aprendendo muito com essa força de vontade e determinação inabalável que ela possui.


Como foi o preparo para interpretar Adelina na série ‘Reis’? O que foi mais difícil?
Aconteceu tudo muito rápido. Eu comecei a gravar em poucos dias após o convite e as gravações já estavam a todo o vapor. A primeira coisa que fiz foi maratonar os capítulos da série que já tinham ido ao ar, para entender todo aquele o universo que eu iria entrar. Além de ser um produto de época, Reis é uma história bíblica, portanto uma grande responsabilidade, então os estudos, a atenção e cuidados foram ainda mais minuciosos na da criação do personagem.


Você já foi dublê de Marina Ruy Barbosa. Conte um pouco sobre isso. Como foi a experiência?
Eu fui dublê da Marina na novela “Deus Salve o Rei”. Comecei como stand-in, virei dublê e no final já estava fazendo participações como personagem. Eu me entreguei completamente a esse trabalho, em qualquer ramo que fosse, acredito que com essa dedicação eu fui ganhando a confiança da produção e consegui abrir mais espaço para mostrar meu trabalho como atriz.


É verdade que, na reclusão da pandemia, você descobriu sua paixão pelas artes plásticas? Como foi esse processo?
O que aconteceu foi que durante a pandemia eu não pude trabalhar como atriz e comecei a ficar muito angustiada, precisava me expressar de alguma forma. Foi aí que resolvi comprar uma tela, algumas tintas e tentar colocar para fora tudo o que eu queria. Uma tela virou duas, três, e descobri que levava jeito para aquilo. Nunca cheguei a fazer nenhuma aula de desenho ou pintura, sempre foi muito intuitivo. Hoje criei um ateliê na minha casa, onde passo horas e horas criando.


Como define seu trabalho como artista plástica?
Meu trabalho como pintora vem da necessidade de expressar aquilo que eu sinto. É como tirar um sentimento com a mão e colocar em uma tela em branco. Me inspiro em mulheres. Digo que são todas as mulheres que me habitam ou que um dia eu gostaria de me tornar. Força, sensibilidade e delicadeza, é nessa tríade que eu mergulho.


Paralelamente à série ‘Reis’, você também está na reprise da novela “Amor sem Igual''. Como foi fazer este trabalho? Fale um pouco sobre a personagem dessa trama.
Foi uma experiência bem divertida, conheci alguns dos atores que hoje se tornaram amigos e trabalham comigo em “Reis”. Foi uma participação pequena, mas bem marcante. A Lavínia era uma menina riquinha e bem metida que junto do seu namorado e outro casal de amigos fizeram um rebuliço na festa de aniversário da protagonista.


Também poderá ser vista nos cinemas em 2023 no longa "Nosso Lar 2: Os Mensageiros", sequência do sucesso de bilheteria “Nosso Lar”, com direção de Wagner de Assis. Como foi fazer esse trabalho?
Foi uma grande surpresa. Eu assisti com os meus pais, ainda pequena, o primeiro filme. Quando começou a circular a notícia que iria ter uma continuação eu fiquei bem animada e foi uma grande surpresa que pouco tempo depois do anúncio eu recebi um convite para participar do filme. É o meu primeiro trabalho no cinema, consegui perceber bastante a diferença entre cinema e televisão, o tempo é diferente, os cuidados e detalhes também. Aprendi muito com os atores, produção e direção.


Você se assiste? É crítica?
Eu adoro me assistir. Me critico bastante, mas também me surpreendo. Tem cenas que eu jurava que não seriam tão boas, mas quando vou assistir no ao vivo acabo tendo um orgulho e um carinho comigo mesma. Penso: “Viu, não precisa se maltratar tanto. A cena ficou ótima”. Estou aprendendo a me olhar com menos julgamentos.


Que projetos profissionais tens para o futuro?
Sempre almejei o mundo do cinema, então sem dúvidas o meu objetivo ainda é poder alcançar as grandes telinhas. Não posso ignorar o desejo de também poder ser reconhecida no mundo das artes plásticas, acredito que ainda tenho um grande caminho pela frente e muito o que aprender. Os meus projetos vão ser sempre poder espalhar a minha arte por ai, seja no audiovisual ou por pinturas.


Já há algum novo trabalho alinhavado na Record?
Por enquanto só Reis mesmo, mas estou tendo uma resposta bem positiva do público. Isso me dá esperanças em continuar nas futuras produções. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895