Gabriel Vivan: "Não sei como vai ser o futuro, mas tenho certeza que será incrível"

Gabriel Vivan: "Não sei como vai ser o futuro, mas tenho certeza que será incrível"

Ator e músico gaúcho Gabriel Vivan, de 26 anos, está estreando na TV em "Reis" como o protagonista Davi

Luciamem Winck

Ator e músico gaúcho Gabriel Vivan, de 26 anos de idade, que estreia na TV na série "Reis"

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Com 26 anos e oito anos de carreira artística, o ator e músico gaúcho Gabriel Vivan está estreando na TV em “Reis”, da Record TV, na pele do protagonista épico Davi, o personagem bíblico mais aguardado da série. De Erechim, no RS, o artista começou a estudar teatro ainda criança em sua cidade. Por lá, fez peças teatrais com a companhia da qual participava. Também atuou no longa “Sonho, conquista e glória”, de Osnei de Lima, e no curta “Notas Abissais”, de Cassiano Zanella. Na música, é conhecido como Gab Vivan, e tem mais de 70 shows no currículo. O artista mistura referências de pop, rock, indie e funk em seu repertório autoral. Em 2021, lançou seu primeiro EP “Nós por nós e por todos”, com três músicas compostas na pandemia. O artista já tem mais sete músicas para lançar, e pretende lançar a próxima já ao término de sua passagem em Reis.

Gabriel, interpretas a fase jovem de Davi nesta nova temporada da superprodução Reis. O que representa a oportunidade de dar vida ao personagem bíblico?
A oportunidade de representar esse herói que (se não todo mundo, quase todo mundo conhece) é um privilégio, uma responsabilidade e uma honra enorme. Para mim significa uma virada de chave na minha carreira, um grande desafio tanto profissional como pessoal. Faz nove meses que estou vivendo o Davi, contando o período de preparo, e a cada dia que passa descubro mais informações sobre ele. É um personagem e uma pessoa muito rica e complexa.

Existem semelhanças entre sua história e a do personagem? Quais?
Muitas, eu chego até a ficar assustado. Davi era um artista nato, músico, escritor e compositor. Eu gosto de brincar que, da mesma forma que Deus encontrou Davi lá em Belém no meio do campo, no meio do nada, ele me encontrou para representar seu segundo coração lá na cidadezinha de Erechim, no meio do nada do Rio Grande do Sul. Da mesma forma que Davi era um exímio harpista, e que teria aprendido essa arte na prática, sem muita instrução, também me comparo, pois aprendi a tocar violão sozinho, com o auxílio da Internet, e descobri em mim o talento para a música e composição.

Te sentiste privilegiado por ser escolhido para fazer o papel? Por quê?
Sem dúvida. É a maior honra que já tive na minha vida. No dia do teste para o papel, estávamos em 12 rapazes, igualmente capacitados para representar Davi, mas quando saí de lá algo me dizia que eu seria o Davi. Não sei exatamente o porquê, mas já estava sentindo o Davi na minha pele. Representá-lo é para poucos, dá para contar nos dedos quantos tiveram esse privilégio, e sabendo disso, estou dando meu máximo em tudo, em toda cena, em todo ensaio.

Tua fé aumentou depois de entender e vivenciar a história de Davi? De que forma?
Sem dúvida. Eu já era um homem de fé, minha família toda na verdade, e sempre pedi a Deus que realizasse meus sonhos. E um a um eu venho realizando com a ajuda dele. Ao viver o Davi entendi ainda mais essa conexão genuína e creio cada vez mais nessa energia.

De que maneira as histórias de Davi podem servir de inspiração para as pessoas? 
Davi era uma pessoa muito bondosa que não via o mal nas pessoas. Por passar muito tempo sozinho, pastoreando seu rebanho, passava a maior parte do tempo conversando com Deus, em solitude e se autoconhecendo. É um herói que todos nós podemos nos tornar, e diante de qualquer desafio, independentemente do tamanho dele, podemos vencer bastando apenas ter fé. Foi assim que Deus o escolheu para ser o seu segundo coração. E mesmo lá na frente, errando, Davi se arrependeu de suas decisões impulsivas.

Assim como Davi, também és músico e compositor. Fale um pouco sobre mais essa sintonia entre você e o personagem. É verdade que você costumava tocar as músicas favoritas de tua mãe?
Sim, quando descobri que Davi também era músico, minha vontade de representá-lo aumentou ainda mais. Ainda antes do teste eu sentia esta conexão. Lembro de minha mãe me pedindo para tocar suas músicas favoritas nas manhãs de domingo, enquanto o pai assava o churrasco. Na série também vamos ver isso, os pais incentivando o caçula a aprimorar sua capacidade musical e artística.

Apresentar a juventude do próximo rei de Israel ao público é uma grande missão?
A maior missão da minha vida, sem dúvida. É meu primeiro grande trabalho, e ainda por cima em âmbito nacional. Vamos estar dentro dos lares de milhões de brasileiros e pelo mundo afora. É uma missão importantíssima de poder ensinar através do Davi a sermos pessoas mais amorosas, bondosas e respeitosas, algo que está em falta atualmente.

A Série “Reis” também vai retratar uma importante passagem bíblica da história de Davi, quando ele enfrenta um gigante de Gate. Como isso acontecerá?
Acho que é o momento mais esperado por todos. Eu também estou ansioso para ver como vai ficar o resultado final. Mas o público pode esperar grandes emoções e surpresas. Vamos ver algo que ainda não vimos em nenhuma produção sobre Davi. Vamos ver um pouco da trajetória do Golias. Sobre como ele foi também selecionado pelo seu povo para ser o líder. Como todos já sabemos, o embate tem um só vitorioso. Acontece no Vale de Elah, e depois de uma série de ameaças, com uma pedra, Davi derrota o gigante.

Interpretá-lo está sendo o maior desafio da tua carreira?
Sim, com a maior certeza. Vem sendo o maior desafio tanto da minha carreira como da minha vida pessoal também. Uma série de coisas mudou na minha vida. Por começar a mudança, a troca de uma cidadezinha por uma metrópole. Os desafios de criar novas amizades e de me virar sozinho. Profissionalmente é um desafio e um aprendizado, mas ao mesmo tempo um sonho realizado. Então, tudo fica mais fácil quando a gente está onde sonhou estar e vivendo aquilo que sempre plantou para um dia colher.

Sentirás saudades dessa “vida” como Davi?
Sim. Já durante as gravações eu estou percebendo que irei sentir falta. Minha conexão com Davi é muito forte. O elenco virou uma grande família para mim, nos damos suporte, conselhos e carinho. Passamos muito tempo juntos e criamos laços bem fortes. Sinto que vou sentir falta, mas também sei que tudo faz parte da jornada e também sei que o Davi estará em ótimas mãos. O Cirillo Luna que interpretará o Davi adulto é um ator e um ser humano incrível e da mesma forma está muito conectado com o Davi. Sei que não fomos escolhidos por acaso, então eu fico feliz de estar dividindo esse personagem com alguém tão incrível como ele.

Agora conta um pouco sobre a tua história aqui no Rio Grande do Sul. Onde nasceste e vives? Quando decidiste alçar um voo mais alto rumo à realização profissional?
Eu nasci e morei em Erechim, no Norte do Rio Grande do Sul, até dezembro do ano passado (2021), e me mudei para o Rio de Janeiro quando veio a aprovação do teste. Atuo desde os cinco anos, mas profissionalmente desde os 18 anos quando juntei minha carreira de músico com a carreira de ator, conciliando com a Faculdade de Direito. Atuei em produções independentes e gravei singles e um EP intitulado “Nós por nós e por todos”, que compus durante a pandemia. Sempre busquei dar meu melhor em tudo que fazia e quando vi que o espaço já estava limitando minha capacidade artística, vi que era hora de alçar voos maiores e comecei a trabalhar mais para isso. Graças a Deus e ao apoio da minha família e amigos não desisti no meio do caminho e sigo realizando sonhos.

Do que sentes falta do Rio Grande do Sul?
Sinto falta principalmente da família e dos amigos. Mas também do churrasco, de ver os jogos do Grêmio com os amigos e da gurizada do futebol do Críticas FC. A única coisa que não sinto falta é do frio.

Quais teus planos para o futuro?
Eu não penso muito no futuro, procuro viver o presente. Tenho muitos projetos, pretendo lançar meu primeiro álbum, tenho muitos sonhos. No meu próximo lançamento “20 e poucos anos” eu canto: “o presente é para desembrulhar e o amanhã a gente vê”. Esse é meu lema. Não sei como vai ser o futuro, mas tenho certeza que será incrível.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895