Noite para renascimento ao som de Armandinho

Noite para renascimento ao som de Armandinho

Cantor e compositor gaúcho se apresenta neste sábado no Araújo Vianna; Sobre a volta aos palcos e o contato com o público, Armandinho falou com o Correio do Povo

Luiz Gonzaga Lopes

Armandinho: ‘Os shows e o público são minha adrenalina. Fizeram muita falta’

publicidade

Se há uma metáfora que define um bom músico e principalmente Armandinho é que ele é uma antena do mundo. O cantor e compositor porto-alegrense de 51 anos foi muito para-raio nestes 21 meses de pandemia. Neste sábado, às 21h, ele volta a se apresentar no Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685), com o seu recheio de grandes sucessos e algumas músicas novas. 

Assim como o público, Armandinho também estava com saudades dos palcos. “Foi um período muito difícil. Não escondo que sou bipolar, me exponho e me trato para dar o exemplo, mas retirei uma substância da minha vida que dava adrenalina, que eram os shows e o contato com o público. Quando senti que não teria mais isto por um bom tempo, fiquei muito triste, entrei em parafuso”, exercita a sinceridade, lembrando que estava na casa da mãe na praia do Siriú, próximo de Garopaba (SC). “Cheguei a ficar na bad, mas este reencontro será um renascimento”, complementa.

A retomada dos shows que ocorreu em Estrela no mês passado fez com que o ânimo redobrasse. “Voltar ao Araújo Vianna tem um significado importante. Ele se transformou em um local especial, que só me lembra vitórias. Primeiro quando fui em 1984 no show do Camisa de Vênus. Eu era um adolescente. Dias felizes. Depois voltei em 1987, já como músico no Musirock e ganhei prêmio de Melhor Intérprete. Vou estar com os fãs, amigos, família. Pode ser melhor?”, indaga. 

Sobre as músicas, Armandinho diz que o setlist é imprevisível, que ele e os músicos vão sentindo o clima do público para definir a sequência das canções mas se pode esperar hits, como "Desenho de Deus", "Semente", "Toca Uma Regueira Aí", “Rosa Norte”, “Casinha”, “Analua” e “Outra Vida”. Sobre esta última, Armandinho diz que passou a ser a preferida do público de anos para cá, superando “Desenho de Deus”. No repertório, estarão as recentes "Amor Vem Cá" e "Minha Mina" e o single “Mas Eu Gosto Dela”, de 2021. Com cinco álbuns de estúdio em 18 anos de carreira, ele se prepara para lançar novidades em breve.

Para terminar, Armandinho defende o reggae. “O reggae raiz é do público com menor poder aquisitivo, luta pela igualdade social, contra o racismo, não é visto com bons olhos pelos conservadores, tem muito preconceito. Precisamos mostrar cada vez mais que o reggae é para refletir, pensar, vibrar positivamente.” 

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895