Primavera Sound: Protagonismo para a música

Primavera Sound: Protagonismo para a música

Festival reuniu grandes nomes da música alternativa entre os dias 5 e 6 de novembro em São Paulo

Correio do Povo

Festival faz sua primeira edição no Brasil

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Criado em Barcelona em 2001, o Primavera Sound desembarcou em São Paulo no último final de semana para a sua primeira edição brasileira. Consagrado como um dos mais influentes e importantes festivais de música do mundo por misturar artistas que correm por fora do mainstream com novidades hypadas pela crítica especializada, o evento reuniu mais de 100 mil pessoas em dois dias no Distrito Anhembi. 

Enquanto os velhos conhecidos Lolapalooza e Rock in Rio investem excessivamente em rodas-gigantes e montanhas-russas, o Primavera Sound vai em direção oposta e deixa o protagonismo para a experiência musical — e isso refletiu diretamente no público ali presente, que se mostrou mais imerso e concentrado nas nuances sonoras do que em lanternas ou flashes nos rostos dos artistas como é costumeiro em festivais de grande porte.

O grande triunfo é pelo line-up que aposta diretamente em novidades: seja em novas caras da cena mundial que ainda não haviam pisado no Brasil — como é o caso de Mitski, Phoebe Bridgers, Japanese Breakfast, Caroline Polacheck e Arca — ou por artistas já consagrados que lançaram novos projetos recentemente — como Björk, Lorde, Charli XCX, Beach House e Arctic Monkeys.

E também há espaço para os menos conhecidos, como as japonesas da banda Chai, a cantora espanhola Badgyal, e muitos outros. A cena eletrônica ficou com os DJs sets de Joy Robinson, Seth Troxler, Shygirl, John Talabot. Terno Rei, Tim Bernardes e Liniker foram alguns dos artistas brasileiros a marcarem presença.

Apesar das longas distâncias entre os palcos e o surpreendente frio para o mês de novembro, o ambiente favoreceu o bom aproveitamento dos shows: poucas filas, água de graça, alimentos com preços acessíveis, banehiros adequados e qualidade impecável dos imensos telões. O festival investiu em acessibilidade, com destaque para rampas, intérpretes de libras em tempo real e áreas adaptadas para pessoas PDC's.

O ponto negativo ficou com o palco Becks, o principal do festival, que teve a visão prejudicada pelas árvores do local. Além disso, a dinâmica caótica para a saída do evento, que teve uma espera de duas horas por transporte por aplicativos e preços abusivos pela alta demanda.

Com a estreia de deixar os concorrentes em estado de alerta, o Primavera Sound é um respeiro para os megafestivais — e prova que há formas alternativas de se fazer grandes eventos de músicas no país. Que a edição de 2023 chegue logo!


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