Qual a sua geração?

Qual a sua geração?

Luis Henrique Rauber*

Em poucas décadas, uma tremenda evolução tecnológica transformou o cotidiano e as experiências das pessoas

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Tempos em que até um contato com um colega, amigo ou familiar que está sentado ao lado é feito por meio de algum mecanismo eletrônico, só poderia ser um marco. Essa é uma nova Geração? 
Todo mundo tem mania de rotular gerações, podemos exagerar assim afirmativamente, porque quem já não pensou ou comentou com outra pessoa, que: “Isso é coisa de jovens!”? Essa mania de rótulos se reflete no senso comum de pensar as idades, gerações e comportamentos, onde sempre notamos alguma coisa que aparentemente representa uma delas. 
Algumas gerações são lembradas e famosas, como a Geração Coca-cola, que teve esse nome devido à um produto muito conhecido utilizado em uma música de uma banda bem famosa que tinha palavras de mudança. Outras são subentendidas, como a Geração digital, muito destacada e citada nos dias de hoje.
No entanto, falar de gerações é fazer um recorte temporal dentro de um marco histórico, para que se possa entender o que as define, suas escolhas e comportamentos, e o quanto o meio interfere nessas características.
Depois de lecionar uma disciplina que trata de Consumo e Comportamento, direcionada a alunos de cursos de comunicação da Feevale e de orientar um trabalho sobre esse tema, tenho me interessado ainda mais sobre esse assunto. 
Estou em férias e sigo pensando nestes temas. Coisa de professor. Que se diverte estudando e aprendendo - com tudo. 
Em férias. Minha rotina é diferente, com horários de jovem? Meu dia começou um pouco tarde, porque eu estava vendo TV ontem à noite até a madrugada. Uma serie em um dos quase dez streamings que assino, bem interessante, baseada em um jogo de videogame, que fez muito sucesso. Coisa de jovem? 
Como meu celular estava antigo, precisei trocá-lo por um novo, que não tem chip. É virtual. Até ele, pensei. Quase 24 horas atualizando o dispositivo me fazem pensar que 200 gigas são muita coisa. Acho bom apagar alguns apps. 500 é muito. Nem uso todos eles. Ah, mas gosto de testar. Afinal, quem dá aulas de comunicação digital precisa conhecer e inspirar-se. 
Posso dormir mais cedo hoje ou posso navegar, quem sabe ver TV de novo? Ou usar o celular novo? Telefone convencional eu nem tenho mais. TikTok. Gosto. Ler um livro, Também Gosto. 
Bom dia, Boa tarde, Boa noite. Está lendo isso em que momento do seu dia? Escutando música, no silencio ou no caos da correria do dia?
As crianças e os jovens são os principais representantes da sociedade em determinadas épocas. No auge de seu crescimento, de se auto-conhecer e se desenvolver, seja física ou financeiramente, eles têm em suas mãos a opção de se adequar ao que nos é imposto pelas grandes corporações, ao mundo globalizado ou apenas sobreviver. Há pouco tempo, o passar das décadas era utilizado como marco para mudanças e evoluções, enquanto hoje já se utilizam anos e outros marcos para estas considerações.
Simples, mas ao mesmo tempo complexas, são as comparações que podemos fazer se pensarmos nas Gerações citadas anteriormente. Qual a sua geração? Olha o quadro (ao lado) novamente!! <VS10.5>
Algumas coisas mudaram de ordem. Não foi necessária uma música para chegarmos a essa quase total era digital. Agora parece que o Tema tem menos importância do que o Formato, o que mais vale é que não esteja em vinil, nem em mp3., mas sim na nuvem, online. Não é preciso escutar o notícia somente ao vivo no rádio ou na TV, porque um podcast do assunto pode ser algo bem interessante e focado.
Em poucas décadas, uma tremenda evolução tecnológica transformou o cotidiano e as experiências das pessoas – sejam elas crianças, adultos ou jovens de 80 anos – em algo vivido diferentemente nos anos 80, 90, 2000, 2010 e 2020...
A internet não é boa ou ruim. Ela só potencializa as coisas.

Do que eu estava falando mesmo? Acho que não sou tão multitarefa assim. Ou sou?
O fato não é ser de uma geração ou outra, mas estar conectado as mudanças. Por sinal., alguém aqui falou de Linkedin? (https://www.linkedin.com/in/luishenriquerauber/)
Ou deixemos isso para um próximo texto, ou para alguém de outra geração comentar.

SAIBA MAIS:

De maneira resumida, podemos entender as gerações assim:

– Baby Boomers (1946 - 1964) – se referem aos filhos da Segunda Guerra Mundial. É uma geração a capacidade de trabalhar em equipe e respeitarem a hierarquia, com qualidades de responsabilidade, reconstrução, otimismo e dedicação. 

– Geração X (1965 - 1977) – foi ensinada que, para obter sucesso na vida, fazia-se necessário batalhar para conquistar o que se almeja ser, buscando independência financeira e pessoal. Se sentem confortáveis com mudanças por se adaptarem facilmente com diferentes funcionalidades, trabalhando no coletivo ou individualmente.

– Geração Y (1978 - 1994) – são os indivíduos que nasceram no início das evoluções tecnológicas e da globalização.

– Geração Z (1995 - 2009) – nascem quando o mundo estava conectando à internet e todas as novas mídias surgiram em decorrência deste período. Normalmente são críticos, dinâmicos, exigentes e sabem o que querem. Não gostam de hierarquia e muito menos de horários 

– Geração Alpha (2010 - até os dias atuais) - são os filhos das Y e Z e nascem em um cenário tecnológico e com diferentes mídias digitais, na qual o seu perfil cognitivo de aprendizado é alterado, sendo acostumados a lógica multitarefa.

 

* Doutor em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Feevale


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895