Taylor Swift volta ao pop com "Midnights"
Cantora lançou seu 10º álbum de estúdio no último dia 21
publicidade
Taylor Swift sequer precisava fazer o convite para encontrá-la à meia noite na primeira frase de "Lavender Haze". Não é novidade que sempre ela anuncia um novo álbum as expectativas dos fãs, dos curiosos, dos ouvintes casuais — e, principalmente, dos haters — se tornam altas. E definitivamente não é à toa: a cantora sabe exatamente o que fazer para captar toda a atenção para si.
Com "Midnights", décimo álbum de inéditas da estadunidense de 32 anos, não seria diferente — especiamente depois dos aclamados "Folkclore" e "Evermore". Aqui, ela deixou para trás a sonoridade folk e se volta para o pop em um álbum conceitual que mergulha no universo de suas noites sem dormir. Em 13 faixas, a loirinha mostra que não tem medo de cantar sobre vulnerabilidade e fazer a insônia soar dançante e imersiva.
"Anti-Hero", primeiro single do álbum, é a epítome da proposta. Por mais que as palavras sejam realizações duras e autodepreciativas, a canção é instrumentalizada com sintetizadores e batidas eletrônicas que a fazem se tornar contagiante: e é justamente nesse conflito que Taylor encontra um lugar de aconchego nas sensações agustiantes e na tristeza encoberta pela ironia.
Conhecida por narras histórias com elementos visuais e metafóricos através de suas composições, "You're On Your Own, Kid" prova, mais uma vez, que Taylor detém o título de storyteller da geração. Com o tímido riff de guitarra e uma das letras mais viscerais já assinadas pela cantora, a música é uma representação quase cinematográfica dos caminhos torturosos — e agridocemente esperançosos — do amadurecimento.
O tom intimista é presente durante todo o álbum, embora não impeça Swift de apresentar oda a sua versatilidade em transitar por sonoridades distintas. "Bejeweled" e "Karma" são, de certa forma, um aceno ao pop já explorado nos álbuns "1989" (2014) e "Lover" (2019), enqunato "Midnight Rain" e "Labyrith" direcionam par aum pop experimental que até então era oculto em sua discografia. Já com "Maroon" e "Question...?", o destaque fica com o tom grave dos vocais.
No entanto, o ponto baixo fica com "Snow On The Beach", que apesar de ótima, desperdiça a parceria com Lana Del Rey por optar por vocais minimalistas e quase ininexistentes.
"Midnights" é etéreo, atmosférico e ligeiramente místico, exatamente o que se espera de uma madrugada em claro. E é nesse momento que surge uma Taylor Swift que não parece ter a pretensão de forças refrões gigantes, mas sim de criar uma experiência de imersão sonora pretensão — e que consegue ser muito bem sucedida nisso.