7 de Setembro

7 de Setembro

Vamos ao que interessa.

Guilherme Baumhardt

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O lulopetismo anuncia: vamos aproveitar o Dia da Independência para unir o país. Segure o riso, porque não se trata de piada. Sim, logo eles, que desvalorizaram a data no passado e menosprezaram as cores da nação, pretendem agora usar o 7 de Setembro para “pacificar” o país. A turma que passou décadas pregando o “nós contra eles”, que acirrou ânimos e aprofundou divisões, a patota que alimenta a “luta de classes” e tem no discurso o cheiro fétido do marxismo, fala em baixar a pressão. Acredita nessa patacoada quem quer.

Não é algo que possa ser levado a sério. Porque a esquerda radical – da qual fazem parte Lula e seus asseclas – é aquela que só vê pacificação quando toda e qualquer voz contrária for calada. É a banda que sorriu e aplaudiu todas as vezes em que o Supremo Tribunal Federal avançou sobre a liberdade. É a turma que tem um líder que, assim como outros ditadores do passado, fala em “extermínio”. Lula é o sujeito que, semanas atrás, após um tumulto no aeroporto de Roma, disse: “Um cidadão desses é um animal selvagem, não é um ser humano. Essa gente que nasceu no neofascismo, colocado em prática no Brasil, tem que ser extirpada”.

O brasileiro que não simpatiza com o atual governo, que ama o país e que nutria algum tipo de admiração pelas Forças Armadas encontra-se diante de um dilema: prestigiar o 7 de Setembro e assistir aos desfiles, ou ignorar solenemente a data? Entre as sugestões levantadas até aqui, há de tudo – inclusive o petismo tomado de um sentimento pátrio e um amor pelo verde e amarelo “nunca antes visto na história ‘deztepaís’”. É uma cilada.

Vamos ao que interessa. Que o Brasil caminhe com relativa velocidade para um regime de tirania absoluta parece bastante claro. Há pessoas que foram censuradas, outras foram presas sem o devido processo legal e quem ousa questionar o quadro atual o faz com o mais absoluto receio. Em situações assim, a mensagem nas ruas precisa ser clara. Ulysses Guimarães, ao mesmo tempo em que foi o pai de uma Constituição feita mirando o retrovisor, nos delegou uma das máximas mais valiosas e que não pode ser esquecida. Dizia ele: “Político só tem medo de uma coisa: povo na rua”.

Se é assim, com a pouca liberdade que ainda nos resta, o melhor receituário para o 7 de Setembro talvez seja, mesmo, tomar as ruas, de maneira pacífica e ordeira, como sempre foram as manifestações de quem trabalha e produz. Vestir o verde e amarelo, mas não nas manifestações e desfiles oficiais, e sim em outras regiões das cidades brasileiras. Em Porto Alegre, o Parque Moinhos de Vento, o Parcão. Em São Paulo, na Avenida Paulista. E, de forma clara, mandar um recado.

A quem? Ao STF e aos senadores. Ao primeiro, por extrapolar suas atribuições e se transformar em poder absoluto. Ao segundo, pela omissão capitaneada pelo seu presidente, o tênue e inofensivo Rodrigo Pacheco. Esqueçam as Forças Armadas. O comandante hoje, mesmo que não goze de prestígio absoluto junto à tropa, é um general que cumprimenta de maneira sorridente e afável o presidente da República – um político que não nutre qualquer admiração pelo Exército, Aeronáutica e Marinha.

Aos brasileiros: coloquem o bloco na rua. Gritem enquanto é possível. Quem sabe, assim, algo acontece. Lula, por incrível que pareça, é um problema menor neste momento. O inimigo da liberdade tem três letras e fica do outro lado da Praça dos Três Poderes. O verde e amarelo é nosso. Sempre foi. Não deixem que a esquerda, que sempre preferiu o vermelho, a foice e o martelo, se aproprie dele como faz o MST, quando invade propriedade privada.

 


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