Amnésia seletiva

Amnésia seletiva

Guilherme Baumhardt

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A data de 27 de janeiro marca o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, o genocídio de mais de 6 milhões de judeus. Este tristemente verdadeiro, e não um exagero semântico sem sentido, produzido pela mídia e partidos de esquerda, como o que vimos no Brasil recentemente. É um dos episódios mais tristes da História e que jamais poderá ser esquecido – não sem razão a mensagem utilizada no mundo é “we remember” – em português, “nós lembramos”.

Os motivos para que a tragédia humana produzida pelos nazistas não caia em esquecimento são de conhecimento de todos. E não há exagero em lembrar e relembrar o holocausto todos os anos. É de embrulhar o estômago e causar náuseas imaginar que uma população foi perseguida, aprisionada em campos de concentração, submetida a trabalhos forçados e assassinada em câmaras de gás – naquilo que ficou conhecido como “a solução final”, o plano macabro de Reinhard Heydrich e Heinrich Himmler. É algo que jamais poderá se repetir.

O que ainda me causa surpresa é a seletividade e a diferença de tratamento dispensadas a outras tragédias da História. Não há um dia para que o planeta pare, pense e refute, por exemplo, o que fizeram regimes sanguinários comunistas. E eles existem, lamentavelmente, em abundância. De Pol Pot, que liderou a guerrilha do Khmer Vermelho, matando 1,5 milhão de pessoas, aos assassinatos em massa produzidos por chineses e soviéticos. O Livro Negro do Comunismo estima em 100 milhões o número de vítimas do regime da foice e do martelo.

Podemos chegar a algumas conclusões. Uma delas é: não há máquina de propaganda mais poderosa e eficiente do que aquela liderada pela esquerda.

 

Receita antiga

A melhor maneira de procrastinar, adiar e não resolver coisa alguma, no setor público, é criar um conselho ou um grupo de trabalho – o famoso GT. Foi exatamente isso que anunciou Lula após reunião com os governadores, que mais uma vez foram a Brasília pedir dinheiro. Esperem sentados. E escolham um lugar confortável para chorar a saudade de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. No meio da pandemia, estados foram socorridos. Com a redução do ICMS para a gasolina aprovada pelo Congresso, houve compensação por parte da União. A atividade econômica estava decolando e, com isso, a arrecadação aumentaria ao natural. Mas Lula venceu. E com ele veio um novo cenário, que traz o cancelamento de investimentos privados, insegurança jurídica e uma perspectiva que não é mais a mesma.

 

Dinossauros...

Termina hoje em Porto Alegre aquele evento que reúne, entre outras pessoas, gente que ainda acredita que dinheiro dá em árvore e que pede mais Estado nas nossas vidas. Sim, estou me referindo ao Fórum Social Mundial, uma espécie de Disneylândia da esquerda. Mas uma Disney chata, em que a diversão passa longe – exceto para aqueles que gostam de debates intermináveis e improdutivos, que jamais chegam a uma solução. É a reunião da turma especialista em “problemática”, mas que não entende nada de “solucionática”.

...marxistas

Que jovens ainda se encantem com esse conto de fadas às avessas eu até compreendo. O que é injustificável é ver gente vivida martelando as mesmas ideias surradas, dizendo que “um outro mundo é possível” – especialmente após as tragédias produzidas por regimes de esquerda. Na primeira edição, em 2002, já havia o colapso cubano. Hoje temos a Venezuela. Quantos países mais precisam apodrecer, com populações padecendo com a fome e a supressão de liberdades, para que esta gente entenda que eles defendem a fórmula do fracasso?

Foi ‘górpi’!

Lula diz que o impeachment de Dilma foi golpe – algo que não encontra respaldo na realidade. Curioso é que o petista bate nesta tecla, mas no seu ministério há sete pessoas que votaram a favor ou defenderam o impeachment, caso do vice, Geraldo Alckmin. Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, já ensinou que uma mentira repetida à exaustão vira verdade. Os petistas, pelo visto, apostam no receituário.

No azul (até quando?)

Em 2022 (Bolsonaro e Guedes), pela primeira vez em nove anos, as contas do governo federal fecharam no azul. O superávit foi de R$ 54 bilhões. A notícia triste? Aqueles que lideraram a bagunça estão de volta ao poder.


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