Barbárie

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Da História ao Presente, Desafios Políticos e Sociais

Guilherme Baumhardt

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Nascida na extinta Checoslováquia, em 1933, Gina Smiatich tinha 90 anos. Ainda criança, ela foi levada para o campo de concentração da cidade de Terezín, perto de Praga. Gina sobreviveu ao Holocausto da Alemanha nazista, mas não aos jihadistas e terroristas do Hamas. Na semana passada, ela foi fuzilada dentro de casa pelos criminosos que parcela expressiva da mídia brasileira defende, assim como boa parte dos políticos e partidos de esquerda. Quem é o nazista, afinal?

Receituário...

Nos anos 1990, quando liberais e conservadores sinalizavam para os riscos do Foro de São Paulo, a esquerda (com apoio da imprensa) ridicularizava os alertas e dizia que tudo não passava de paranoia. Pois bem, se você entrar hoje no site oficial do PT, verá conteúdo oficial do tal Foro, que reuniu, na sua fundação, figuras como Lula e Fidel Castro.

...da tragédia

Algo parecido ocorre agora. Aqueles que alertam para os riscos ao direito à propriedade privada em governos de esquerda são taxados como loucos e lunáticos. Aos fatos: na Nicarágua, há algumas semanas, foram expropriadas (tomadas pelo Estado) casas daqueles que ousaram se opor ao tirano Daniel Ortega, ditador esquerdista que comanda o país desde 2007. Ortega, aliás, é amigão de Lula.

Porteira aberta

Por aqui, foi aberta a porteira que coloca em risco o direito à propriedade, após decisão do Supremo Tribunal Federal que sepultou o chamado marco temporal para a demarcação de terras indígenas, com a complacência e apoio da esquerda. Não chega a ser novidade. Em gestões petistas anteriores, situação parecida ocorreu com áreas alegadamente quilombolas.

Novos ares

Os argentinos irão às urnas neste domingo. São reais as chances de vitória do libertário Javier Milei já no primeiro turno. Para isso, ele precisa atingir 45% dos votos ou conquistar a preferência de 40% do eleitorado e abrir uma vantagem de, no mínimo, dez pontos percentuais para o segundo colocado. Pesquisas devem ser vistas com cautela. Assim como ocorreu no Brasil, alguns institutos do país vizinho erraram feio os prognósticos feitos nas primárias. Milei saiu vitorioso, mas poucos levantamentos conseguiram prever o fenômeno.

Malabarismo do desespero

Beira o ridículo a tentativa do candidato governista Sergio Massa de se descolar da tragédia construída pelo kirchnerismo, hoje liderado pelo presidente Alberto Fernández. Massa é hoje o ministro da Economia e fracassou miseravelmente na promessa de conter a inflação. Em um debate recente, ele se prestou ao papelão de, com a maior cara de pau, dizer que este não é o governo dele – apesar de integrá-lo – e que a população deveria dar a ele uma carta de crédito, para uma gestão na qual fosse ele o ocupante da Casa Rosada.

Trabalho árduo

Se vencer, Milei terá a difícil tarefa de recolocar nos trilhos um país que já fez frente a nações europeias, no início do século passado. Hoje, mais de 40% dos argentinos vivem abaixo da linha da pobreza, a escalada de preços corrói o poder de compra da população e os auxílios do governo não encontram mais fôlego no caixa estatal. Tudo isso em um ambiente em que o sindicalismo jurássico esquerdista (perdão pela redundância) ainda tem muita força.

Serra gaúcha

Nova Petrópolis há muito deixou de ser corredor de passagem aos que têm como Gramado ou Canela como destino. A cidade tem estrutura, hotéis e gastronomia, com doses generosas de inspiração alemã. Uma dica do colunista: o município é o berço do cooperativismo, no Brasil, que começou com uma instituição de crédito – conhecida hoje como Sicredi. As raízes desta iniciativa podem ser conferidas no memorial Amstad, na Linha Imperial. É um excelente programa para adultos e crianças.

Milagres

Suíço, Theodor Amstad era padre jesuíta e ao longo da sua história há registros de inúmeros feitos e conquistas. Destaco dois em especial. Habilidoso, ele fez com que católicos e luteranos se unissem na ideia de criar uma cooperativa de crédito, para alavancar o desenvolvimento da região. O principal troféu, porém, é outro: a comunidade tinha majoritariamente alemães (pobres) e italianos (com algum dinheiro). Amstad convenceu os italianos (famosos pelo zelo com o dinheiro) a abrirem a carteira e investirem em uma iniciativa que, para a época, parecia uma loucura.


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