Dia do Agricultor

Dia do Agricultor

Os bandoleiros do MST, obviamente, não integram a lista.

Guilherme Baumhardt

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O colunista é neto de agricultores. Meu avô paterno era produtor de arroz. O avô materno foi, antes de se mudar para a cidade, um colono que tinha pomar, horta e uma roça, que ajudava a garantir a criação de porcos e galinhas. Com ambos, aprendi o valor do trabalho, do respeito (inclusive à propriedade privada) e, principalmente, que nada cai do céu. Meu pai hoje, com muito trabalho, dá sequência ao legado do meu avô e, se a vida assim me permitir, pretendo um dia manter a trajetória. Aos homens e mulheres do campo, de todos os tamanhos e culturas, o mais profundo agradecimento e reconhecimento pelo dia 28 de julho, dia nacional do agricultor. Os bandoleiros do MST, obviamente, não integram a lista.

Estatização a caminho I

Crescem os rumores de que Guido Mantega pode assumir a presidência da Vale (a antiga Vale do Rio Doce). Mantega entrou para a história como um dos piores ministros da Fazenda do país. Era ele o titular da pasta e, junto com Dilma Rousseff, fez o Brasil mergulhar em uma das mais graves recessões já vistas, algo comparável apenas com nações no pós-guerra.

Estatização a caminho II

Estamos diante de uma reprise. Na primeira passagem pelo Planalto, Lula não descansou enquanto não removeu da presidência da Vale o competente Roger Agnelli (falecido em 2016, em um acidente aéreo). A “proeza” veio no início do primeiro (des)governo Dilma Rousseff. A pergunta que muitos fazem: mas a empresa não havia sido privatizada? Como Lula e o PT conseguiram? Usando fundos de pensão estatais, que compraram ações em número suficiente para garantir ao lulopetismo os votos necessários para comandar a companhia e efetuar a troca.

Receita infalível...

Lula achava inadmissível a Vale comprar insumos fora do país. Coisa típica de uma cabeça economicamente limitada. O resultado? A empresa perdeu competitividade, os resultados pioraram e, como consequência, foi para o espaço o valor de mercado. Um dos papéis negociados em bolsa, que recentemente bateu na casa de R$ 115, despencou à época e foi negociado na B3 por menos de R$ 20. Quando a esquerda mete a mão, o negócio desanda.

...para o fracasso

Filme idêntico aconteceu com a Petrobras e o Porto de Rio Grande. Lula e seus asseclas enchiam a boca para falar do “Pólo Naval”. No lugar de garantir competitividade internacional, a estatal brasileira de petróleo, para atender aos caprichos lulistas e “otras cositas más”, preferiu pagar duas, três vezes mais caro por plataformas feitas em território brasileiro – em alguns casos, com estruturas vergonhas, que mal flutuavam, como o famoso João Cândido. Como a economia não aceita desaforo, o resultado foi o desmonte do conto de fadas e Rio Grande é hoje quase uma cidade fantasma.

Pingos nos is

Durante a semana, a agência de classificação de risco Fitch melhorou a nota do Brasil. A militância de redação comprou confete e iniciou a festa, produzindo manchetes apoteóticas alusivas ao Brasil Maravilha. O petismo soltou foguetes, mas apenas parte da história foi contada. A preguiça em aprender a língua de Shakespeare pode nos empurrar para armadilhas. Diz a nota da Fitch: “O governo esquerdista de Lula defende uma mudança na agenda econômica liberal, no entanto a Fitch espera que o pragmatismo e freios e contrapesos evitem desvios radicais”. A agência vai além e diz que a situação fiscal do Brasil se deteriorou em 2023, após uma melhora na gestão passada. Em outras palavras: a melhora da nota não se dá pelo governo atual, mas apesar dele.

Pesadelo no IBGE

O IBGE é o responsável por números e levantamentos importantes, a começar pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país e norteador da taxa básica de juros – a Selic. Este mesmo IBGE está a um passo de ter na presidência o economista Márcio Pochmann, uma figura de ideias limitadas (para ele o PIX é mais problema do que solução), mas militância ilimitada (seu amor por Lula e o PT ficam evidentes em postagens na rede, com citações de Paulo Freire, fotos do atual ocupante do Palácio do Planalto e a devoção pelo protagonismo estatal na economia). A partir de agora, o colunista recomenda dose extra de cautela na análise dos dados oficiais.

Veterano ingênuo?!

Edmar Bacha, economista e um dos criadores do Plano Real, declarou estar “ofendido” com a indicação de Pochmann para o comando do IBGE. Bacha, que já presidiu o órgão, afirmou que o petista é um “ideólogo” e que sua indicação pode colocar em risco a credibilidade do instituto. Em tempo: em outubro do ano passado, Bacha (ao lado de outros tucanos emplumados) “fez o L”, declarou apoio e votou em Lula. Agora vem com essa conversa mole de “ofendido”.


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