Elon Musk

Elon Musk

O Twitter é uma Big Tech, das gigantes da área da tecnologia

Guilherme Baumhardt

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Há um escândalo vindo à tona nos Estados Unidos e que dificilmente ganhará destaque na imprensa brasileira. O caso vem sendo chamado de Twitter Files (“Os Arquivos do Twitter”) e revelam, em essência, como uma das principais redes sociais do planeta operou favorecendo o partido Democrata (Joe Biden), nos Estados Unidos, em detrimento do partido Republicano (Donald Trump, que teve, inclusive, sua conta banida). Há bloqueios, publicações removidas e outras promovidas, tudo com a anuência de quem comandava a empresa. A tampa do esgoto foi aberta com a autorização do novo mandachuva, o empresário sul-africano Elon Musk.

O Twitter é uma Big Tech, das gigantes da área da tecnologia. A imensa maioria surgiu e cresceu na Califórnia, o Estado mais rico dos Estados Unidos e até pouco tempo um dos mais livres do país. Mora justamente aí a maior das incongruências. Foi a liberdade californiana que permitiu a geração de riqueza e prosperidade. A mesma liberdade que deu guarida, por exemplo, para que se instalassem por lá os grandes estúdios de cinema, aproveitando o ambiente de liberdade criativa. O respeito às liberdades individuais abriu caminho para outros marcos. Harvey Milk, gay e ativista (retratado no cinema pelo ator esquerdista Sean Penn), foi o primeiro representante assumidamente homossexual a ser eleito para cargo público, justamente na Califórnia. Hoje o Estado encara uma onda de violência sem precedentes, com a institucionalização dos pequenos furtos, livres de punição.

Há no Vale do Silício, base das empresas de tecnologia, um pendor claramente esquerdista. Isso é reconhecido, inclusive, por um dos criadores e hoje CEO do Facebook, Mark Zuckerberg. Capturados pela agenda progressista, o local mais rico dos Estados Unidos deu uma guinada de 180 graus e passou a ser o ponto de origem do cerceamento das liberdades. Sob o manto de frear o hate speech (discurso de ódio), o free speech (liberdade de expressão) foi solapado.

É justamente aí que a figura de Elon Musk cresce e vira protagonista. Ele enfrenta os que se arvoram donos da verdade. Se houver abusos ou excessos, há caminhos legais para reparação e que não passam por censura prévia. O sul-africano é hoje a maior barreira contra a imposição de uma nova agenda global, amparada em uma orientação explícita: controle, controle e mais controle. Apoiada por algumas empresas e setores políticos, ela vem ganhando espaço, vestindo o manto do “estou aqui para proteger você”. De quem? Ninguém sabe. Qual a ameaça? Eles mesmos, mas a fantasia usada é de mocinho, não de vilão.

Voltando ao Twitter. Há evidências fortes de que o comportamento visto nos Estados Unidos se repetiu por aqui, no Brasil, com a esquerda sendo favorecida, em detrimento da direita. Com ou sem interferência das absurdas decisões do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral (leia-se Xandão), a própria plataforma teria dado tratamento diferenciado aos dois espectros políticos no alcance e na abrangência das publicações. O grau de impacto e prejuízo dificilmente poderão ser medidos com precisão, mas é inegável o estrago causado para um dos lados – leia-se Jair Bolsonaro.

No caso tupiniquim, muitos (o colunista entre eles) alimentam a esperança de que Musk faça aquilo que nem mesmo os presidentes da Câmara e do Senado brasileiro ousaram fazer. Se Arthur Lira e Rodrigo Pacheco demonstraram ter dobradiça na espinha, há o desejo de que Musk dê de ombros para as arbitrariedades de Alexandre de Moraes, que decide à revelia da lei. A mais recente vítima da sanha Alexandrina foi a deputada federal Bia Kicis, que teve suas redes sociais bloqueadas.

A maior resistência à tentativa de impor esta nova agenda global passa hoje por Elon Musk. O que o futuro nos reserva, não sabemos, mas o sul-africano já tem páginas honrosas escritas em defesa do nosso bem maior: a liberdade.


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