Eterna miopia

Eterna miopia

A miopia incurável que norteia a esquerda

Guilherme Baumhardt

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O futuro, provável e pretenso ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou a missão dada a ele: “Lula me pediu para colocar pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda”. É mais um capítulo da miopia incurável que norteia a esquerda e o petismo. Sem defender imposto (argh), mas sabendo que algum tipo de carga tributária é inevitável, a frase deveria ser outra: “Nosso objetivo é fazer com que pobres deixem esta condição, aumentem a renda em função do crescimento da economia e entrem na faixa de contribuição do Imposto de Renda”.

A fala de Haddad apenas deixa ainda mais claro qual é o caminho escolhido: o assistencialismo, puro, simples e, de preferência, eterno. Ronald Reagan dizia que o melhor programa social era um posto de trabalho preenchido. Ou, transportando para a realidade brasileira, uma carteira assinada. No Brasil, é o contrário. No lugar de defender que menos pessoas dependam de programas assistenciais (como Bolsa Família ou Auxílio Brasil), a propaganda vai no sentido oposto, alardeando aos quatro ventos que mais gente se beneficia de ações do tipo.

Em situações extremas é compreensível e saudável que medidas de socorro sejam lançadas. Foi assim durante a pandemia, não apenas no Brasil. Mas há limites. O efeito de políticas do gênero adotadas em longo prazo e com valores elevados acabam se transformando em um convite para o esvaziamento do mercado de trabalho, a manutenção de impostos elevados e um comodismo provocado pela redução da baixa competitividade. Ou seja, a receita perfeita para o fracasso.

Medo

Armínio Fraga está com medo, depois das indicações de Fernando Haddad (Ministério da Fazenda) e Aloizio Mercadante (BNDES). O ex-presidente do Banco Central no governo FHC pediu voto (um voto “consciente”, segundo ele) para Lula, na eleição deste ano. Para burro, Armínio não serve. Pelo contrário. É um sujeito inteligente. Seria ele um ingênuo? Acho pouco provável, mas deixemos esta porta aberta. Então por que diabos um sujeito inteligente e que dificilmente passa por tonto ou bocó faria o que fez? Tenho algumas suspeitas e a principal delas é um erro de cálculo.

 

Matar a galinha...

Na economia é possível ganhar dinheiro de diversas maneiras. Quando há estabilidade e as contas estão em dia, é o setor produtivo que desponta como motor da atividade econômica. Quando há algum desequilíbrio nas contas do governo, surge a necessidade de juros mais altos para refinanciar a própria dívida. Neste cenário são os bancos que faturam mais. É no segundo grupo que estão reunidos aqueles que odeiam o atual ministro da Economia, Paulo Guedes.

... dos ovos de ouro

Lula já não deu sinais claros de que está mandando uma banana para a boa gestão fiscal, explodindo o teto de gastos, gerando inflação e exigindo o aumento dos juros. Como diz o ditado, a diferença entre o remédio e o veneno está na dose. Pelo que vem fazendo, Lula não vai apenas apertar o pescoço da galinha em busca de mais um ovo de ouro – o objetivo de todo rentista. O risco real é de o petismo matar a galinha estrangulada. E estaria justamente aí o erro de cálculo de Armínio Fraga. Faz o L aí, Armínio!

 

Caravana bandoleira

Estima-se em 30 mil o número de militantes do MST, aquele movimento bandoleiro que desrespeita a propriedade privada, em Brasília, para a posse de Lula. Mais de 600 ônibus seriam utilizados para transportar a turma. Direito de pergunta: quem está bancando a festa?

Dirceu em Cuba

A imprensa noticia que José Dirceu está em Cuba, em férias. Verdade ou não, o simples fato de Dirceu estar em Cuba, para mim, já é razão suficiente para perder o sono, ainda mais às portas de um novo (des)governo petista no Brasil.

Moraes sem freio

O ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, não esconde que pode pedir a extinção do Partido Liberal (PL), do atual presidente Jair Bolsonaro. Além da multa de 22 milhões de reais ter sido mantida (um absurdo por se tratar de processo administrativo, sem previsão de pena financeira), o bloqueio do partido aos recursos do fundo partidário foi referendado. E tem gente que ainda acredita que a democracia venceu.


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