Obrigado, Lula!

Obrigado, Lula!

Quem Lula pensa que é para dizer o que pode e o que não pode ser dito? Eu respondo: ninguém. Nem ele, nem Bolsonaro, nem FHC, nem Doria.

Guilherme Baumhardt

Petista foi condenado a oito anos e dez meses no caso do tríplex do Guarujá

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Há tempos que eu escrevo, relembro, recupero a história. E, mesmo assim, tem gente que acha um exagero, uma bobagem, mesmo com um bom volume de material disponível na Internet e com os registros feitos na época, pela imprensa. Lula era o presidente. E a ideia de um Conselho Federal de Jornalismo, com o poder de cassar o diploma de profissionais da imprensa, foi levada adiante. Felizmente a semente "soviética" não prosperou. Mas ela segue viva.

Durante passagem recente pela Europa, o ex-condenado disse: “Vamos ter que regulamentar as redes sociais, regular a Internet, colocar um parâmetro”. E foi além: “Uma coisa é você utilizar os meios de comunicação para informar, educar. Outra coisa é para fazer maldade, para contar mentiras, causar prejuízo à sociedade”.

Quem Lula pensa que é para dizer o que pode e o que não pode ser dito? Eu respondo: ninguém. Nem ele, nem Bolsonaro, nem FHC, nem Doria. Em qualquer democracia que se preze os limites são estabelecidos por lei, e não há censura prévia – coisa muito comum em regimes de exceção. Quando alguém ultrapassa o limite, a Justiça (e não um presidente) determina uma eventual reparação. É assim que funciona.

Jair Bolsonaro não gosta da imprensa. Não foram raras as vezes em que, inclusive, ofendeu jornalistas. Não aprovo, não defendo, não concordo. Mas há uma diferença brutal entre uma coisa (reprovável) e outra (totalmente indefensável). Enquanto um agride, o outro quer calar.

Como meu objetivo hoje é agradecer ao ex-condenado, pela clareza com que voltou a defender antigas ideias, trago outro trecho da fala proferida por ele em solo europeu. Como sempre, o lucro de quem criou algo que deu certo é tratado como “pecado”. No caso, dos criadores de aplicativos (soluções) que encontraram usuários em todos os cantos do planeta: “Hoje, por exemplo, os donos dos aplicativos no mundo inteiro não pagam nem impostos, estão quase todos em paraísos fiscais. Ganham uma fortuna e não pagam sequer imposto em nenhum Estado”, afirmou.

Lula é isso. Lula não mudou. Ele condena o sucesso alheio. Talvez seja inveja. Como nunca teve capacidade de criar e inovar na iniciativa privada, por exemplo, ele prefere virar “sócio” de quem fez algo diferente. E faz isso defendendo cobrança de impostos, defendendo taxas, condenando o lucro. Se este fosse o único problema, não seria tão grave. A maior ameaça é a dificuldade de conviver em um ambiente livre. É aí que mora o real perigo.

Palmas para Djokovic

O tenista sérvio Novak Djokovic está no centro de uma polêmica. Ou uma falsa polêmica. Em janeiro próximo ocorre o Aberto da Austrália, um dos torneios mais importantes da modalidade. O número 1 do mundo é, inclusive, o atual campeão. A celeuma (que se arrasta há algumas semanas): a organização do evento exige que os atletas estejam vacinados, mas Novak Djokovic se recusa a dizer se já tomou ou não a vacina. Enquanto os mais apressados já correram para rotular o esportista como “antivacina” e “negacionista”, ele deu uma aula aos que ainda não entenderam que há um conceito maior em debate: “Não importa se é a vacina ou qualquer outra coisa. Você deve ter a liberdade de escolher, de decidir o que deseja colocar ou não no corpo”.

Caso Rittenhouse I

Após quatro dias de julgamento, o ex-cadete da polícia Kyle Rittenhouse foi absolvido, no Estado de Wisconsin, nos Estados Unidos. Pesavam contra ele cinco acusações, entre elas a de homicídio. No ano passado, durante um protesto, Rittenhouse matou dois homens e feriu um terceiro, na cidade de Kenosha. A manifestação ocorria após Jacob Blake, um homem negro, ficar paralítico depois de ser baleado por um policial.

Caso Rittenhouse II

Foi feita justiça. A defesa do réu alegou legítima defesa e apresentou como provas vídeos em que ele era chutado e teve uma arma apontada contra a cabeça. Rittenhouse, os dois mortos e o homem que ficou paraplégico são brancos. O veredicto é definitivo, já que não existe a possibilidade de recurso.


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