OVNIs

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O que aconteceria se os ETs viessem para o RS?

Guilherme Baumhardt

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“Morador de Jaguarão acredita ter filmado ovni, em meio a avistamentos de luzes no Uruguai” foi a manchete do Correio do Povo, na edição online. Na CNN, o destaque era: “Noite dos OVNIs: Brasil já teve caças da FAB perseguindo objetos voadores”. O Estadão não deixou o assunto passar em branco: “OVNIs abatidos nos Estados Unidos e Canadá eram inofensivos, diz Casa Branca”. E assim foi em praticamente toda imprensa nacional e internacional ao longo dos últimos dias. Se eles estão chegando ou não, não sei. Mas tento imaginar alguns cenários.

Se o destino for o Rio Grande do Sul, não há razão para pânico. Ou convidamos os homens verdes para um chimarrão e um churrasco, ou a gente bota os ETs para correr, se a visita não for amistosa. Temos nossas facas, nossos cavalos e estamos no Estado mais armado do Brasil. Revólveres, pistolas, espingardas, chumbo e pólvora. Se os alienígenas decidirem chegar pelo litoral, dificilmente conseguirão aterrissar. O nordestão se encarrega de desestabilizar as espaçonaves. Não tem como. Entre um guarda-sol voando e uma cadeira de praia que não fica na areia, teríamos uma tentativa de pouso fracassada. Se caírem no mar, as águas-vivas tratariam de queimar os invasores. E se a porta de entrada for a fronteira, por Uruguaiana, Livramento ou São Borja? Aí a missão é ainda mais fácil. Em pleno verão, com 40 graus à sombra, eles não sobreviveriam e derreteriam como sorvete no asfalto.

Caso os OVNIs desçam no Rio de Janeiro, meu amigo, mal sabem eles o que os espera. Um arrastão levaria tudo. Itens pessoais, celulares e até a antena da nave. Não sobraria nada. Traficantes armados com baterias antiaéreas abateriam os equipamentos. Há perigo ainda maior. E se um deles encontrar um ex-governador fluminense pela frente? Nunca se sabe. O risco é enorme! E se for a descida ocorrer em São Paulo? Ah, esquece. Lá só se fala de trabalho, de trânsito e de congestionamento. Ninguém aguenta tanta chatice por tanto tempo. Eles mesmo decidiriam dar no pé.

O Brasil é tão sui generis que nem mesmo vida proveniente de outro planeta, de outra galáxia, conseguiria lograr êxito por aqui. Mesmo que as intenções fossem as melhores, mesmo que a missão fosse de paz, o Supremo Tribunal Federal daria um jeito de liquidar com qualquer pretensão dos visitantes. Prazos seriam dados para que os ETs se apresentassem para a Polícia Federal, para explicar o que fazem por aqui, quais suas intenções e se eles têm algum tipo de relação com as pessoas que estavam acampadas em frente ao QG do Exército, em Brasília. Tornozeleiras eletrônicas seriam colocadas nos alienígenas, para monitorar cada passo dos pequenos homens verdes.

Os que não tiverem tanta mesma sorte serão levados para o presídio de Brasília. Sem sucesso, tentarão contratar um advogado, estabelecer uma defesa, mostrar que vieram em paz e que foram alvo de uma injustiça. Em vão. Pesa contra eles um elemento incriminador. Dentro da nave foi encontrada uma bandeira verde e amarela, a prova de que os ETs são bolsonaristas. Não adiantará alegar que se tratava de uma demonstração de apreço. Pobres alienígenas.

Agradecimento

Sem exagero, foram centenas de mensagens recebidas ontem, quarta-feira, aniversário deste escriba. De coração, agradeço cada manifestação de carinho. Reconheço que a virada do “hodômetro”, dos 39 para os 40 anos, assusta, mas vamos em frente. Aproveitar a vida e dedicar nosso tempo ao que realmente importa.


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