Quanto falta?

Quanto falta para o Brasil virar um país dominado pelo narcotráfico? O Supremo Tribunal Federal decidiu afrontar a própria lei e decidir que cabe a ele mesmo legislar – tarefa de competência de deputados e senadores. No lugar de um debate e votos sobre a Constitucionalidade de uma matéria, hoje o Brasil tem ministros decidindo quantos gramas de maconha caracterizam consumo e a partir de que ponto estaríamos diante de um traficante. Para que haja consumo, é necessário haver produção e comercialização.

Quanto tempo falta para que estejamos todos indefesos, dependendo apenas da polícia para garantir a nossa segurança? No Brasil lulopetista, todo mundo pode ter uma arma, menos o cidadão de boa índole e bons antecedentes. Os bandoleiros do MST têm. O tráfico de drogas, armado até os dentes, têm. No Brasil, até presidiário, dentro da cadeia, tem arma. Menos eu, você e qualquer um que tente pelas vias legais. É difícil, é tortuoso, é caro. Pelo andar da carruagem, não demora muito e nem mesmo a polícia terá armas. O leitor duvida? Não seria surpresa, especialmente após a intensa campanha midiática contra a polícia de São Paulo e as recentes ações no litoral paulista. A proposta de desmilitarização das polícias já existe. A próxima será a retirada das armas.

Quanto tempo falta para que parlamentares se deem conta de que viraram peças meramente decorativas em Brasília? Admiro o esforço e o empenho de alguns, mas mesmo que todos os trâmites sejam vencidos, que a vontade da maioria prevaleça, mesmo que não existam vícios ou ilegalidades nos textos aprovados, hoje todos sabemos que a palavra final será do Supremo Tribunal Federal, independentemente do que está na Constituição, em decisões proferidas por gente que não fez um único voto sequer, mas age como se fosse um ungido pelas sacrossantas urnas eletrônicas. Um exagero? O texto do marco temporal é de fácil compreensão, mas as mentes iluminadas pensam diferente.

Quanto tempo falta para que o Brasil volte ao buraco econômico? A Petrobras abandonou a lógica, espancou a gestão e deixou de ser uma empresa para voltar a figurar com um puxadinho do populismo petista. Para discutir o preço dos combustíveis, o presidente da estatal viaja a Brasília e pergunta a Lula o que deve ser feito. Se petróleo e dólar não despencarem, é questão de tempo para que a Petrobras volte a apresentar prejuízo. As contas públicas? Ah, estas já estão no vermelho. E seguirão assim até o final do ano e ao longo de 2024. Ninguém acredita no arcabouço fiscal. Na verdade, quem conhece um pingo do assunto não acredita e nem confia é em Fernando Haddad, o nosso timoneiro. O sujeito que colava para passar nas provas de economia é uma espécie de Francesco Schettino, o comandante do Costa Concordia, que naufragou na Toscana após uma barbeiragem do seu capitão.

Quanto tempo levará para Lula ser apenas um, e não dois? Em qual deles acreditar? Naquele que dizia que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava acabando com a Amazônia, ou no atual, que diz que a floresta não deve virar um santuário e que defende a exploração de petróleo na região? No Lula que acabou de sancionar o uso da ozonioterapia para o tratamento de doenças, ou naquele que abusava da expressão “negacionista” durante a pandemia? No Lula que disse durante a campanha que não indicaria amigos para o STF, ou no que bancou o próprio advogado, Cristiano Zanin, para a primeira vaga aberta na Suprema Corte? No Lula que se diz democrata, ou naquele que defende algumas das piores tiranias vigentes no mundo?

Quanto tempo falta para que parcela expressiva do empresariado brasileiro aprenda que o governo não é um aliado e que o capitalismo de compadrio é uma das razões pelas quais o país está amarrado ao passado? Quanto tempo falta para que a população conheça e entenda o significado de uma das frases mais célebres de Ronald Reagan: “As palavras mais terríveis na língua inglesa são: eu sou do governo e estou aqui para ajudar”.

Ainda há tempo para mudar o traçado e escolher uma nova rota.