Rasgar dinheiro

Rasgar dinheiro

Guilherme Baumhardt

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A Petrobras já perdeu, desde que a verborragia petista teve início na equipe de transição, algo em torno de 200 bilhões de reais em valor de mercado. É quase o mesmo que uma Ambev e valor superior a Bradesco (183 bilhões), WEG (171 bilhões) e Santander (166 bilhões). Os números das demais companhias são de novembro. Para quem diz que a Petrobras é nossa, não deixa de ser um tremendo contrassenso tratar tão mal assim algo que você considera que é seu. “Ah, mas eu não tenho ações da Petrobras. Isso não me afeta” é uma frase recorrente. Verdade? Sim e não. A perda de valor de mercado, de fato, traz prejuízo aos donos dos papéis. Se você não está entre eles, não perdeu dinheiro. Mas este é o primeiro sinal para o segundo problema. A empresa operar no prejuízo é o segundo passo. E aí, meu amigo, quer você queira, quer não, isso atinge você. Como o governo federal é o principal acionista, para tapar eventuais furos ou rombos, ou capitalizar a empresa (sem recursos devido à desvalorização), é o dinheiro do seu imposto que vai parar lá. Isso sem falar sobre corrupção, tônica nas gestões lulopetistas na empresa.

Há alguns dias o nome de Dilma Rousseff foi aventado como possível presidente da companhia. Tinha jeito e cheiro de balão de ensaio. A figura que desponta como mais forte neste momento para comandar a maior empresa brasileira é o senador petista Jean Paul Prates, do Rio Grande do Norte. Algumas ideias do brilhante e iluminado valente: recompra das refinarias privatizadas, trocar a política de preços, apostar em energias renováveis e descarbonização. Vamos destrinchar isso.

A refinaria de Abreu e Lima talvez seja a síntese da tragédia. Anunciada como a conquista da nossa autossuficiência em petróleo, estava orçada em dois bilhões de dólares, mas custou nove vezes mais (18 bilhões de dólares). A Venezuela, sócia na operação, não colocou um centavo. Para completar, o custo do refino era infinitamente maior do que em outras unidades da Petrobras.

Sobre a política de preços, ignorar oscilações internacionais pode trazer sorrisos em um primeiro momento para quem abastece, especialmente em momentos de alta. Na Venezuela, gasolina era vendida a preço simbólico, por centavos. Hoje a estatal é uma massa falida. Não precisamos ir longe, porém. Basta lembrar o que ocorreu por aqui, nos anos Dilma. A mesma ideia sem pé, nem cabeça foi adotada. A empresa amargou prejuízos e o leitor sabe exatamente quem é chamado para o socorro em momentos assim, certo? Sim, você e o seu bolso.

A terceira e última ideia, sobre descarbonização, é o cúmulo do absurdo. É como o sujeito que abre uma churrascaria, mas faz propaganda para o público vegetariano e vegano. De onde sai tanto brilhantismo? Ao final, fica a certeza: quando eles dizem que “a Petrobras é nossa”, não estão se referindo ao país, a mim ou a você, mas falam como alguém que não vê a hora de se apropriar indevidamente do que não é seu.

Carreta furacão

É a expressão que tem sido usada para definir o ministério lulopetista. Trata-se de um show de horrores. Mérito? Competência? Capacidade administrativa? Pouco importa. É irrelevante. O importante mesmo é ser da “tchurma”. Ao olhar as fotos dos nomes indicados até aqui, salvo uma ou outra raríssima exceção, a única coisa que me vem à mente é o seriado “Chernobyl”, exibido há pouco tempo pelo canal fechado HBO.

Equipe radioativa

Em um determinado momento da série, após a explosão da usina e quando a nuvem radioativa já se alastrava pelo planeta, uma das cientistas procura a agência soviética nuclear para fazer um alerta sobre o fenômeno. Ao chegar lá se depara com o burocrata de plantão. Quem seria? Um cientista? Um físico? Um administrador? Nada disso. O sujeito que comandava o negócio estava ali por ser do “partidão” e pouco tempo antes presidia o sindicato dos sapateiros da região. O ministério do lulopetismo é basicamente isso. Muita gente com baixa qualificação, no lugar errado, na hora errada. Preparem-se para a explosão. Ela virá.

Terrorismo climático

Leio na página 9, no Correio do Povo desta sexta-feira: “Frio recorde e ventos gelados que ameaçam a vida nas Grandes Planícies vão se espalhar pela metade Leste do país na sexta-feira”, é o que dizia o alerta meteorológico para Estados Unidos e Canadá. É realmente terrível este tal aquecimento global...

 

De Greta a Gore

A turma do alarmismo desenfreado vai da pirralha Greta Thunberg, tristemente usada pelos próprios pais e por interessados em propagar o caos, até políticos, como o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore. No documentário “Uma verdade inconveniente”, de 2006, Gore deu vazão a uma pesquisa que dizia que o Kilimanjaro não teria mais neve até 2015. Estamos em 2022 e o catastrofismo não se confirmou. Pesquisar o meio ambiente e eventuais alterações climáticas não é apenas bem-vindo, mas necessário. O que torra a paciência de qualquer um é a tática do medo constante. Aliás, durante a pandemia vimos o quanto a política do medo é eficiente.


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