Supremacista é o raio que o parta!

Supremacista é o raio que o parta!

Pelo bem do país, é bom que o candidato fale mais

Guilherme Baumhardt

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Nos anos 1970, o então metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista à revista Playboy e disse o seguinte:

Entrevistador – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?

Lula – Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Entrevistador – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

Entrevistador – Quer dizer que você admira o Adolf?

Lula – Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as ideias dele, a ideologia dele...

Pois bem. Lula, que já disse admirar a disposição, a força e a dedicação de Hitler, agora chamou os brasileiros que foram às ruas, no 7 de Setembro, de supremacistas brancos. Durante ato eleitoral, no Rio de Janeiro, o palanque ambulante disparou: “Eu não sei se vocês viram na televisão, foi uma coisa muito engraçada, que no ato do Bolsonaro parecia uma reunião da ‘Cus Cus Clã’ (sic). Só faltou o capuz. Não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, não tinha trabalhador”. Lula se referia ao grupo supremacista branco Ku Klux Klan.

Não sei quanto ao leitor, mas eu vi pobres, eu vi negros, eu vi pardos vestindo o nosso verde e amarelo. Tão logo o ex-ocupante de uma cela da Polícia Federal disparou a sua verborragia, inúmeras pessoas negras, pardas ou visivelmente simples foram às redes e postaram fotos suas ou com outros manifestantes, nos atos do 7 de Setembro. Gente comum, como eu e você.

É curioso que Lula use um grupo segregacionista para criticar um opositor. Logo, ele, Lula, que durante anos alimentou a política do “nós contra eles”, semeando ódio e colhendo tempestade. O mesmo Lula, que durante as suas gestões, implementou em universidades e concursos públicos as chamadas cotas raciais.
Graças à invencionice petista, instituições públicas (a Ufrgs é uma delas) passaram a ter tribunais raciais, em que “ungidos” analisavam o fenótipo daqueles que disputavam uma vaga. A turma que integra o tal tribunal (que obviamente tem outro nome, mais politicamente correto) analisa cabelo, formato do nariz, cor da pele. Já escrevi e reforço: eu teria vergonha de participar de algo assim. É uma vergonha.

Lula já chamou o agro brasileiro de fascista. Agora, ofende aqueles que foram às ruas, no 7 de Setembro, comparando-os a supremacistas. Não faz muito tempo, Lula agradeceu a natureza pela existência do coronavírus e, mais recentemente, soltou o seguinte absurdo: “Quer bater em mulher, vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa”, uma fala que a maior parte da imprensa brasileira chamou gentilmente de “gafe”.
Pelo bem do país, fale mais, Lula, fale mais.

Tucanos são de...

A regra não falha: sempre que um tucano precisa descer do muro, ele desce para o lado esquerdo. O mais novo integrante da turma é o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que comandou o BC durante o período em que FHC foi presidente da República. Durante anos ele foi tratado como uma espécie de fiel da balança, o sujeito que o mercado respeita (hoje fica claro que de liberal Armínio Fraga tem muito pouco, quase nada)”.

...esquerda

No início do ano, Armínio Fraga (que parcela da imprensa insiste em chamar de “neoliberal”) já havia dado entrevistas elogiando a guinada ao centro, dada pelo radical Marcelo Freixo. Há pouco gravou um vídeo, ao lado do “neo moderado”, dando apoio a ele. Durante a semana, em Nova Iguaçu, Freixo estava no palanque ao lado de... Lula! Ou seja, toda vez que um tucano desce do muro, ele desce para o lado esquerdo. “Ah, Guilherme, que exagero”. Ah, é? E Geraldo Alckmin? Virou vice de Bolsonaro ou de Lula?

 

7 de Setembro

Atenção, ministro Fachin, não houve registro de agressões, violência, tumulto. Se o senhor não sabe, Black Block para promover desordem e destruição é ferramenta usada pela esquerda.

Pesquisas

Aguardo ansiosamente as pesquisas eleitorais após ruas e avenidas lotadas, com milhões de pessoas, no feriado de 7 de Setembro. Não para ver uma espécie de autocrítica ou mea culpa, mas para verificar até onde vão a coragem e a metodologia atuais.


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