Tem método

Tem método

A invasão de Brasília e as semelhanças com os EUA

Guilherme Baumhardt

publicidade

O jornalista Tucker Carlson (principal âncora da televisão norte-americana na atualidade) jogou novas luzes sobre a invasão ao Capitólio, em janeiro de 2021. Assim como ocorre aqui, lá houve um grande esforço para esconder do grande público as imagens do evento, que ajudariam a explicar o que de fato aconteceu, em Washington. Com o material vindo à tona, descobriu-se que um policial que teria sido agredido e morto com golpes de extintor estava, na verdade, vivo (ele morreu um dia depois, por causas naturais). Parcela da imprensa matou o sujeito antes da hora, com a informação errada. Descobriu-se, também, que a segurança do Capitólio abriu portas para o sujeito que virou símbolo da invasão (pesquise por Xamã Qanon ou Lobo de Yellowstone). Vamos além. Descobriu-se que a versão dos democratas (a esquerda americana) não encontra respaldo na realidade em inúmeros outros pontos. Tucker levantou o tapete e mostrou a sujeira. E... foi acusado pelos democratas de “atentar contra a democracia”! Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência. Por aqui, o governo federal tenta a todo custo evitar a abertura de uma CPI para investigar os atos do dia 8 de janeiro.

Baixeza
Aos que resistem em ver um viés político na campanha difamatória contra as vinícolas e a serra do Rio Grande do Sul, basta observar os desdobramentos. Em São Paulo, mulheres ligadas ao MST vandalizaram uma loja da Salton. Quer mais? Em Brasília, a petista Benedita da Silva gravou um vídeo visitando uma loja do mesmo MST. Ao final, faz propaganda do suco de uva do movimento, como alternativa ao produto feito com “trabalho escravo” (palavras dela). A esquerdopatia não tem limites.

Sinal amarelo
A reforma tributária avança no Congresso Nacional. Esperada há décadas, existem chances reais de mudanças no horizonte. E, para nossa preocupação, ela talvez não seja interessante para o Rio Grande do Sul — e demais Estados produtores. Dentro da (bem-vinda) ideia de simplificação, a tributação de bens de consumo ocorreria no destino, não na origem. Com isso, Estados produtores seriam prejudicados. Ou seja, aqueles que proporcionam estradas, segurança e infraestrutura para a produção seriam prejudicados. O dinheiro ficaria onde está o consumo.

Sinal vermelho
A proposta que tramita em Brasília traz outros pontos de preocupação. Prefeitos, que cada vez mais são obrigados a assumir funções de Estados ou até da própria União, temem perder recursos. Dentro da ideia de unificação de alíquotas, tributos que hoje são arrecadados pelas prefeituras fariam uma espécie de “passeio” por Brasília. A cobrança seria feita pela União para somente depois o dinheiro ser destinado para as administrações municipais. Não é absurdo pensar que uma administração federal irresponsável poderia atrasar ou até mesmo suspender o repasse para as prefeituras, em caso de aperto. Prefeitos estão de cabelo em pé. Com razão.

Agravantes
Embora qualquer proposta de reforma tributária precise ser aprovada em plenário, o fato de não haver nenhum representante dos três estados do Sul na comissão que debate o assunto é, no mínimo, uma distorção. Ah, o Amazonas tem três. Outro ponto: o projeto pretende acabar com a chamada “guerra fiscal”, que pode não representar o melhor dos mundos, mas também não é de todo nefasta. Concorrência entre unidades da federação é bem-vinda, na disputa pela atração de investimentos. É mais ou menos o que ocorre nos Estados Unidos. Atualmente, muitas empresas (e empregos) estão deixando a Califórnia e migrando para Texas e Flórida, que oferecem mais segurança, sob todos os aspectos.

Lá...
O presidente do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, disse que um novo aumento da taxa de juros está no horizonte. Ele foi além: ele deverá ser maior do que o inicialmente previsto, para conter a alta dos preços. Não se tem notícia até agora de que o presidente norte-americano, Joe Biden, tenha feito qualquer crítica a Powell, muito menos defendido a saída do titular do FED do cargo. Lá o Banco Central atua com independência e autonomia, como ocorre nas economias desenvolvidas mundo afora.

...e aqui
Para desespero de Lula, o Banco Central do Brasil entrou neste clube durante a gestão passada, de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. O atual presidente Roberto Campos Neto tem mandato e estabilidade pelos próximos dois anos. O petismo está sedento por abrir as torneiras do populismo barato, mas vê seus objetivos esbarrarem em uma muralha, na defesa da moeda e da estabilidade econômica. Campos Neto vem cumprindo este papel com maestria – e doses cavalares de paciência.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895