As previsões nucleares de Joe Biden

As previsões nucleares de Joe Biden

Presidente americano disse que Putin é capaz de fazer uso do armamento

Jurandir Soares

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A Europa está buscando se fortalecer para este enfrentamento que está tendo com a Rússia. E este fortalecimento passa pela reunião do maior número possível de países, inclusive os vizinhos da Rússia. Senão, vejamos. Nesta quinta-feira foi realizado em Praga um encontro que reuniu dirigentes de 44 países. Além dos 27 membros oficiais da União Europeia, houve a participação de mais 17, onde se inclui Turquia, Armênia e Azerbaijão, países que circundam a Rússia. Esta enorme composição é não só uma demonstração de força, como um desafio à Rússia. Afinal, ela invadiu a Ucrânia porque o país queria passar para o lado do Ocidente, passando a fazer parte da Otan e da União Europeia. Indiretamente, estas organizações estão cercando a Rússia sob o novo nome de Comunidade Política Europeia, ou EPC na sigla em inglês.

O objetivo do bloco é isolar a Rússia e sua fiel seguidora, a Belarus. Mas há implícita uma mensagem muito especial. Esta vem nas palavras de Josep Borrell, chefe da política externa da UE. "A reunião é uma maneira de buscar uma nova ordem sem a Rússia”, disse, acrescentando que o afastamento não é definitivo. "Não é porque não queremos que a Rússia seja parte da Europa, mas porque o presidente Putin se retirou da comunidade europeia." Ou seja, se vocês russos afastarem Putin do poder, a Rússia poderá fazer parte do bloco. Uma sutil maneira de fomentar os movimentos contra Putin que crescem dentro da Rússia.

Já o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que não participou do encontro europeu, aproveitou para chamar atenção sobre a possibilidade de Putin vir a usar armas nucleares. Biden ressaltou que o presidente russo não está blefando e que é capaz de fazer uso desse tipo de armamento. Vale lembrar que nesta semana Putin anunciou o envio de 200 mil novos reservistas para a guerra “preparados para atuar em ambiente de arma nuclear”.

É muito difícil que um contingente desse número tenha condições em matéria de proteção para atuar numa área contaminada. Fica a pergunta também com relação à população que vive nas áreas a serem atacadas. Putin vai expô-las à radiação. É muito difícil. No entanto, é preciso lembrar a origem da guerra em fevereiro. Na ocasião, Putin anunciou que estava apenas fazendo manobras militares no entorno da Ucrânia e quase todo o mundo acreditou. Menos Biden que, baseado evidentemente no seu serviço de inteligência, assegurou que Putin ia atacar. O que se confirmou. O mundo civilizado torce para que desta vez Biden esteja errado.

 


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