Canadá, país de oportunidades

Canadá, país de oportunidades

Jurandir Soares

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De volta à base após mais uma estada no Canadá, que deu a oportunidade de passar o Natal e o Ano-Novo em meio à neve que, em Vancouver, onde me encontrava, chegou a meio metro de altura. A propósito dessas ocasiões festivas, deu para sentir duas grandes diferenças com relação a nós. O Natal na neve, realmente, tem outra sensação. É mais envolvente e eles capricham muito na decoração. Já o Ano-Novo é muito melhor de festejar por aqui, no nosso calor e com os nossos fogos. Essa comemoração lá foi fria, enquanto a do Natal foi quente.

O Canadá é sem dúvida um país de oportunidades. O segundo maior país do mundo em extensão territorial tem apenas 37 milhões de habitantes. Então, precisa de gente para se desenvolver. Gente para trabalhar e gente para investir. Muitas empresas se estabelecem no Canadá buscando um trampolim para vender nos Estados Unidos, tendo em vista o acordo de livre comércio existente entre os dois países e mais o México. Acordo este estabelecido em julho de 2020, substituindo o Nafta. O Canadá tem o pool de talentos mais instruído da OCDE: mais da metade de sua população com idades entre 25 e 64 anos recebeu educação de nível superior. Isto faz com que as oportunidades de trabalho sejam mais para quem tem alta especialização, com preferência nas áreas de TI, ou para quem pretenda trabalhar em áreas menos nobres como construção civil, serviços de eletricidade e hidráulicos ou mesmo na área de limpeza ou como baby-sitter. Todas essas atividades têm muita procura e com um pagamento inicial que permite viver razoavelmente no país. Um dólar canadense está equivalente a cerca de quatro reais. Porém, os preços de um modo geral custam o dobro do que aqui.

O Canadá obteve o primeiro lugar em imigração e investimento, que mede a percepção da capacidade de uma nação de atrair imigrantes, trabalhadores estrangeiros e estudantes internacionais. Também avalia como a qualidade de vida e o ambiente de negócios de cada país são percebidos. Os dados são medidos pelo Anholt-Ipsos Nation Brands Index (NBI), um estudo global Ipsos que avalia a reputação de 50 países como se fossem marcas. No que toca à facilidade de abrir negócios, o Canadá ocupa o terceiro lugar no mundo, segundo o relatório Doing Business do Banco Mundial, o que o torna o melhor país do G-20 nesse tema. O setor financeiro tem uma tradição de práticas conservadoras de crédito e forte capitalização. A propósito, esse setor mostra um dos contrastes entre atrasos e grandes avanços tecnológicos que se registram no Canadá. Enquanto restaurantes exibem sobre a mesa um tablet para você fazer o seu pedido, tendo ao lado uma maquininha para você fazer o pagamento, os bancos ainda operam com cheque. O cheque pré-datado ainda é uma instituição no país onde em múltiplos pontos você encontra tomada disponível para recarregar a bateria do carro elétrico. E não dá para esquecer que o país é um dos integrantes do G-7, o grupo dos países mais ricos e industrializados do mundo. Uma das indústrias mais pujantes do país é a aeronáutica, com a Bombardier, uma das maiores exportadoras mundiais de aviões e grande competidora da brasileira Embraer. Com extensa área de floresta boreal, que ocupa 48% do território do país, o Canadá é grande produtor de papel celulose e madeiras.

Estima-se que hoje vivam no Canadá 129 mil brasileiros, a maior parte, 85 mil, está radicada em Toronto. As oportunidades de trabalho para quem quiser ir para lá são múltiplas. Assim como são múltiplas as belezas do país para quem quiser fazer turismo. E o visto é muito fácil de tirar.


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