Meloni e os imigrantes

Meloni e os imigrantes

Nova governante da Itália é contra a imigração e a islamização da Europa

Jurandir Soares

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Giorgia Meloni deve assumir o governo da Itália nos próximos dias, depois de ter sido eleita com uma plataforma nacionalista, de defesa de valores tradicionais, enfatizando ser mulher, mãe e italiana. Sua política é contra a imigração e a islamização da Europa. Neste domingo, ela foi alvo indireto de críticas do papa Francisco, o qual afirmou que “a exclusão dos migrantes é escandalosa”. De fato, é criminosa. “Faz com que morram na nossa frente”. Em primeiro lugar, é preciso dizer que os países europeus vêm sendo inundados diariamente por levas imigrantes, que fogem das guerras no Oriente Médio ou na África. Esses contingentes, em sua maioria, vão aumentar os cinturões de miséria e de violência nos países aonde chegam, pois não há empregos suficientes para os mesmos. Além disso, de um modo geral, não se submetem à cultura local. Querem conservar seus próprios hábitos, inclusive os mais radicais ditados pelo Islã.

Ainda na sua homilia de domingo, o papa disse, sem mencionar a Itália, que alguns imigrantes obrigados a voltar para seus países de origem são colocados em campos de concentração, onde são explorados e tratados como pessoas escravizadas. No passado, o pontífice citou que isso aconteceu na Líbia. Aí é de se perguntar: o problema dessas pessoas é dos países que não os querem receber, ou de seus países de origem, onde, como falou o papa, são escravizadas? Então, a situação é muito clara: o mal precisa ser tratado na sua origem. Caso contrário, teremos somente o deslocamento do problema.

Em outro momento, Giorgia fez um forte discurso contra o presidente francês, Emmanuel Macron, que, em 2018, chamou os italianos de “cínicos e irresponsáveis” por se recusarem a receber 629 migrantes abandonados em um navio de resgate que acabou sendo recebido pela Espanha. Ela disse que “cínicos são aqueles que bombardearam a Líbia, porque não queriam que a Itália obtivesse com Kadafi concessões importantes no campo energético”. Ainda acusou a França de colocar a gendarmeria para devolver os imigrantes e de manter a exploração colonialista na África. O que não deixa de ser verdade. Porém, o mais concreto de todas estas acusações é que a Itália ficou sem a energia da Líbia, e Kadafi acabou sendo detonado do poder.

O fato é que ao assumir a terceira maior economia da União Europeia, atrás apenas da Alemanha e da França, Giorgia terá desafios enormes e, de maneira geral, muito parecidos com os enfrentados por toda a Europa, como inflação alta, risco de recessão, escassez de energia e alta dos preços, crise demográfica, imigração em massa, desemprego, violência. Parte dos problemas, especialmente a crise econômica, é reflexo das medidas restritivas adotadas pelos governos da União Europeia para combater a pandemia de Covid-19 e das sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia. Mas a realidade é que, diante deste quadro, fica cada vez mais difícil dar guarida aos imigrantes.

 


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