Trump em campanha

Trump em campanha

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump deve se apresentar na tarde de hoje a um juiz em Nova Iorque

Jurandir Soares

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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump deve se apresentar na tarde de hoje a um juiz em Nova Iorque, a respeito do caso que envolve o pagamento de 130 mil dólares que teria feito à atriz pornô Stormy Daniels. Pagamento este que teria ocorrido por ocasião da eleição de 2016, com o objetivo de comprar o silêncio da atriz e que foi contabilizado como “despesa jurídica”. Quando surgiu a informação sobre a convocação de Trump, veio a especulação de que ele poderia se negar a ir a Nova Iorque, ficando em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida, sob a proteção do governador republicano Ron DeSantis, que por sinal é seu concorrente à indicação do partido para a próxima eleição. No entanto, foi montado um cenário cinematográfico para receber Trump na Big Apple e ele, evidentemente, não iria perder uma oportunidade destas para se promover.

O fato de ter que depor a um juiz e sujar os dedos para registrar as digitais, assim como tirar uma foto ao estilo “procurado pela polícia”, não faz diferença para Trump. Pelo contrário, tudo está inserido na sua campanha política. É o famoso falem mal, mas falem de mim. Além disto, ele confia no trabalho de seus bem remunerados advogados e as especulações são de que ele não será indiciado. O caso de Trump lembra outro mais complicado, o do ex-presidente Bill Clinton, este envolvido num caso sexual com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, quando estava no governo. Clinton complicou-se, teve que responder a várias audiências, mas acabou se safando no Senado das acusações de falso testemunho e obstrução de justiça, que poderiam ter custado seu mandato. Seu problema maior foi de ordem doméstica, ao ter que explicar-se para a então primeira-dama Hillary Clinton. No caso de Trump não se sabe como o fato tem repercutido na sua relação com Melania, a ex-modelo eslovena que é sua atual esposa.

O fato é que Trump está apostando na competência de seus advogados para se livrar e está, ao mesmo tempo, dando impulso à sua campanha eleitoral. Já tornou público por várias vezes que quer voltar à Casa Branca, seguindo com seu slogan “Make America great again”. Enquanto isto, pouco se fala de seus oponentes. Um dos principais é o já citado Ron DeSantis, que está fazendo um exitoso governo na Flórida, onde foi reeleito e se cacifando para a indicação republicana. Trata-se de um advogado, de 44 anos, considerado frio e calculista, que já foi representante de seu estado no Congresso. Outro nome é o de Nikki Haley, 51 anos, que foi embaixadora do governo Trump na ONU, entre 2017 e 2018. Em termos de carreira política esta filha de imigrantes paquistaneses não passou de representante no parlamento local da Carolina do Sul. Algo que pode ser um entrave em suas pretensões. E o outro candidato declarado surgiu neste final de semana. É o ex-governador de Arkansas Asa Hutchinson, de 72 anos. Governou aquele estado de 2015 a 2023. Antes disto era congressista do Terceiro Distrito de Arkansas, administrador da DEA (Drug Enforcement Administration), e o primeiro secretário para Segurança de Fronteiras e Transportes no Departamento de Segurança Interna dos EUA.

O que transparece, no entanto, é que, pelo menos por ora, nenhum tem corrida para desbancar Trump. No entanto, ainda não foi dada a largada oficial para a indicação do Partido Republicano. E no transcorrer dos acontecimentos muita coisa pode mudar. Agora, o certo é que Trump já está em campanha.


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