Domingo de Páscoa
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Qual antigo infante
procura ninhos,
busco lembranças
da Páscoa.
O templo era solene
e silencioso
durante a quaresma.
A Virgem e os santos cobertos
por roxas mortalhas.
Já não gargalham
as campainhas dos coroinhas,
substituídas por roucas matracas.
Quanto mais próxima
a Sexta-Feira da Paixão,
mais contrito o silêncio
na sala, na casa, no mundo.
Mas, na Missa do Galo,
os sinos voltam a cantar
ante a revoada
dos pombos mal dormidos.
Domingo amanhecia
com sabor de chocolates.
Agora, em vez de Cristo sangrando
sobre o peito esquálido,
triunfa o Deus Menino, lá no alto.
Cá embaixo, na Praça Esporte,
as crianças brincando
na gangorra do tempo.