O alferes Tiradentes
Poeta Luiz Coronel homenageia em seus versos o mártir da Incofidência Mineira
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Pela região das Gerais,
as esvoaçantes bateias.
Bem mais do que ouro e prata,
brilham as novas ideias.
Pelas janelas da noite,
tênue luz ainda arde.
Estão bordando a bandeira:
“Liberdade, ainda que tarde”.
O que dizem as estátuas
dos profetas penitentes?
Falam de glória e martírio
do alferes Tiradentes?
Ó, senhores do poder,
com suas galas e misteres!
Dispensai as regalias,
pensai um pouco no alferes.
Quem reina sempre escolhe
o destino que prefere:
vilanias de Silvério
ou utopias do Alferes?
No Campo de São Domingos,
numa carreta, descalço,
entre sino, algoz e padre,
sobe o herói ao cadafalso.
Entre escombros e esperanças
que a luz do dia confere,
pergunta-se: faz sentido
o sacrifício do Alferes?