O quarteto fantástico dos shows do ano em Porto Alegre

O quarteto fantástico dos shows do ano em Porto Alegre

Apresentações trouxeram a Capital de volta à rota dos grandes shows internacionais em 2022

Luiz Gonzaga Lopes

O Kiss apresentou tudo o que se esperava dele nesta ‘End of The Road Tour’, hard rock de alta qualidade, pirotecnia e mergulho no passado roqueiro.

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O show “açucarado" do Maroon 5 

O Maroon 5 entregou para Porto Alegre, no dia 7 de abril, o seu ritmo, o seu embalo, e um pouco de rock é claro. Foi uma apresentação pop que as 18 mil pessoas esperavam no Estacionamento da Fiergs. Durante os pouco mais de 90 minutos que esteve no palco, após abrir o show à 21h44, Adam Lavine "açucarou" o público e levantou o coro com suas canções mais famosas, além de conversar muito, lamentar o ano difícil do seu time, o Los Angeles Lakers e encarou o friozinho do outono gaúcho sem camisa na reta final do show. Ah, e tem a música, misturas muito legais como “Animals”, “Girls Like You", "Love Somebody", "Memories" e "She Will Be Loved", numa versão bem acústica. O grand finale veio com Sugar, enquanto a galera pedia para Adam tirar a camisa. Ele fez, encarou a brisa e o friozinho porto-alegrense e encerrou com estilo a 1h36 de apresentação. 

 

Kiss: uma despedida para guardar na memória 

Porto Alegre teve duas horas de rock'n'roll na potência máxima para se despedir da icônica banda norte-americana Kiss na terça-feira, dia 26 de abril. A Arena do Grêmio vibrou com o público de 20 mil pessoas (um pouco aquém do esperado) que se emocionaram com a “End of the Road Tour” de Paul Stanley, Gene Simmons, Eric Singer e Tommy Thayer. Com um início evocando que: “Vocês são os melhores, vocês terão os melhores. Com vocês, a banda mais quente do mundo, Kiss”. E aí “Detroit Rock City” deu a potência necessária para um show impecável a qualquer fã. Paul Stanley comandou a massa nesta música. Durante este par de horas, o público viu músicas como as embaladas “Shout it out Loud”,  “Deuce” e “I Love it Loud”, “Lick it Up”. Stanley lembrou que era a terceira vez que o Kiss tocava na Capital, Eric Singer fazia uma sincopagem perfeita na maioria das músicas e Gene Simmons cuspiu fogo e também sangue (ou imitação dele). Fogo e explosões não faltaram assim como solos de guitarra de Tommy Thayer.  Ao todo foram 23 músicas em 1h55min de show. A parte final do show reservou “I Was Made for Lovin’ You”, a balada “Beth”, com Eric Singer ao piano e a música e a música símbolo da banda, “Rock and Roll All Nite”, acompanhada de uma chuva de papel picado e balões. Uma despedida para guardar na memória.  

 

Metallica: Vigor e interação com público  

Porto Alegre viveu uma noite que entra para a história do rock e do metal na quinta-feira, dia 5 de maio. Em um show eletrizante para 40 mil pessoas, a banda norte-americana Metallica desfilou sucessos de seus mais de 40 anos de história no Estacionamento da Fiergs, em show vigoroso com quase duas horas de duração e 16 petardos. Depois de 12 anos de ausência, a banda fez aquela abertura de cartilha, com a incidental "The Ecstasy of Gold", seguida da loucura hiperacelerada de "Whiplash". Foram tantas músicas, algumas que emocionam muito como “Master of Puppets”, executada com vitalidade pelas guitarras de James Hetfield e Kirk Hammett com a segura cozinha de Robert Trujillo e do dinamáquina Lars Ulrich. E foi hit atrás de hit, com “Ride The Lightning", do vinil homônimo de 1984, passando por "Seek and Destroy" até "One" e o lamento do soldado atingido na Primeira Guerra Mundial, uma das melhores narrativas criadas pelo Metallica. Com duas músicas mais do que clássicas no bis, “Nothing Else Matters” e “Enter Sandman”, o Metallica termina um show vigoroso com músicas que o público queria ver e sentir durante 1h55min e 16 petardos, em sua terceira passagem por estas plagas. No final, eles voltam e ficam cinco minutos no palco e o Robert Trujillo entoa um "Eu sou brasileiro com muito orgulho com muito amor" 

 

Um reencontro prazeroso com o Guns 

Porto Alegre teve uma noite de reencontro dos 40 mil fãs com o Guns N' Roses após seis anos naquele 26 de setembro na Arena do Grêmio. A reunião teve todos os ingredientes de um grande show de rock: músicas que fizeram a cabeça por décadas como "Sweet Child of Mine", "You Could be Mine", "Civil War", "November Rain" e "Paradise City", que fechou o show. O que eu pude ver com clareza foi 40 mil almas, vozes, seres em conexão com a banda que está muito viva musical e animicamente falando. O show abre com Axl Rose entoando "It's so Easy", emendando com "Mr. Brownstone" e “Welcome to the Jungle". O apoio vocal da banda foi importante para Axl que não alcança mais nenhuma nota aguda. Tivemos “Live and Let Die", o cover do The Wings, "You Could be Mine", seguida de "Attitude", do Misfits, uma porrada capitaneada por Duff McKagan e Slash, que extraiu toda a alma da sua Gibson Les Paul logo depois com o aguardado solo de guitarra. Os riffs de "Sweet Child of Mine" levantaram as 40 mil vozes, ecoando o refrão. "November Rain" emocionou e a parte final do show teve “Knockin’ on Heaven’s Door” e “Night Train”, No bis, “Patience” e “Don’t Cry” com direito a uma intro de “Blackbird”, dos Beatles, com Duff, Slash e Richard Fortus, as cordas do Guns, fazendo um set acústico. “Paradise City” foi a apoteose, com Axl atirando o microfone para o público. Interação  total.  

 

 

 


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