Uma emocionante degustação musical

Para começar a descrever o que foi o show “Banquete”, de Antonio Villeroy, em 7 de julho, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre, preciso dizer que a música composta, produzida e arranjada pelo músico é o que de mais multicultural poderia ser criada por um compositor gaúcho e parceiros. Desde o início, a apresentação nos colocou no universo multicriativo e culto de Villeroy, que tem mais de 300 canções gravadas por mais de 130 artistas, principalmente do 14º disco, “Banquete”, com 13 faixas, lançado em maio, com uma banda de tirar o fôlego: Eduardo Neves (sopros), Gastão Villeroy (baixo), Paulinho Fagundes (guitarra), Michel Dorfman (teclados), Tutti Rodrigues e Bruno Coelho (percussão) e Marquinhos Fê (bateria). É um universo vasto capaz de cantar o Amor e também a Física, como são os casos de “Pra Rua Me Levar” e “Magnólia”.

Os convidados foram um show à parte, com interpretações viscerais, como foi o caso de Paola Kirst (na bossa canção “As Coisas do Mundo”), Gelson Oliveira (no samba exaltação “Mais uma Vez”) e Colombo Cruz (no samba “Consultório Sentimental”), além de Marisa Rotenberg (nos backing vocals) e Paula Finn (castanholas). No roteiro, houve espaço para duas homenagens a dois gigantes da música do RS que nos deixaram respectivamente em novembro de 2022 e maio de 2023, Bebeto Alves e Luiz Carlos Borges. Para homenagear o parceiro Bebeto, com quem formou projeto Juntos (com Gelson e Nelson Coelho de Castro), ele executou “Una Loca Tempestad” e “Mañana”.

De Borges e Aparicio Silva Rillo ele entoou “Vidro dos Olhos. O show teve espaço para falas e canções em várias línguas como “Between Now and Goodbye” e “Un Certain Jour”. A estreia foi em Lisboa, em junho e agora circula pelo país. Hoje, a apresentação é na Casa Outono, em Belo Horizonte, e segunda, no Blue Note, em São Paulo. Um show para ficar na memória afetiva dos amantes da boa música.