De Borges e Rita

De Borges e Rita

Marcos Santuario

Rita Lee morreu na segunda-feira, 8, à noite, aos 75 anos

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Pensei em prestar uma homenagem à roqueira que marcou o Brasil, Rita Lee, que morreu no início desta semana. Mas na quarta-feira outro ícone da música, Luiz Carlos Borges, também nos deixou, merecendo, da mesma forma, homenagens e lembranças. Nestes últimos dias muito se tem falado deles. Lembrados por fãs, admiradores e por aqueles que de alguma forma se aproximaram da arte que ambos manifestaram em suas vidas. Borges foi de Santo Ângelo para o mundo. Em quase 60 anos de música, encantou bailes com os “Irmãos Borges”, e estreou carreira solo a partir da composição “Tropa de Osso”, premiada na 9ª edição da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, em 1979. Daí cruzou fronteiras. Percorreu o Brasil e vários países da América do Sul, Europa, Ásia e América do Norte. Levou prêmios na bagagem e música no coração. Fica na memória.

O lamento pela partida de Borges se deu mesmo sem termos digerido bem a morte de Rita Lee. Passamos o dia acompanhando as manifestações ao redor da artista. Ela era, realmente, uma “personagem de si mesma”. Marcante na história da música brasileira, com enorme e impactante produção musical. Deixa hits cravados nas memórias musicais do povo brasileiro.

A relação de Rita com o cinema e com a televisão também merece destaque. A cantora é imortalizada também em trilhas de séries, filmes e novelas. Seja emprestando sua voz ou atuando. Marcou as animações “Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock ‘n’ roll” e “Minhocas”. Deixa marcas em filmes, como o hollywoodiano “Ladrão de Diamantes”, com Pierce Brosnan, Salma Hayek e Woody Harrelson; “Os Normais: O Filme”; “Se Eu Fosse Você”; o chileno “Gloria”; “Fala Sério, Mãe!”; “Mulheres Alteradas”; “Minha Vida em Marte” e “Minha Mãe É uma Peça 3: O Filme”. Para além de trilhas, Rita deu vida à Lita Ree, uma cantora vampira na novela “Vamp”; foi a Tia Julieta no cult “Durval Discos”, filme premiado e aplaudido na sua exibição no Festival de Cinema de Gramado, em 2002. Com sua irreverência, Rita também foi a Grã Mestra da série “Manual Para se Defender de Aliens, Ninjas e Zumbis”. Brilhou em curtas como “Tanta Estrela Por Aí...” cantando como Raul Seixas; e foi dirigida pelo grande Cacá Diegues, dividindo cena com Marília Pêra em “Dias Melhores Virão”. Isso e muito mais é parte de uma história com “Cultura na veia”.


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