Dois fatos marcantes duas décadas depois

Dois fatos marcantes duas décadas depois

Vinte anos do filme "Cidade de Deus" e 25 anos sem Lady Di são analisados na coluna neste final de semana

Marcos Santuario

Personagem Zé Pequeno do filme "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles

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O tempo a que o título da coluna remete parece ser suficiente para algo ser esquecido ou tornar-se perene. Esta semana nos fez lembrar de dois fatos marcantes, capazes de romper a barreira do esquecimento. Cada um marcando a história em latitudes diferentes. Um deles remete ao cultuado filme brasileiro “Cidade de Deus”, a segunda produção em língua estrangeira mais vista pelo mundo até hoje, que chega aos 20 anos de sua estreia. E é verdade mesmo. Em cada enquete espontânea que faço em outros países sobre cinema brasileiro, a obra de Fernando Meirelles salta da boca de quem fala.

E quem viu o filme não esquece das cenas de Zé Pequeno, Buscapé, Mané Galinha, Bené e outros personagens que transportaram uma realidade do país para o mundo. Contexto  que segue mais atual do que nunca ao retratar as consequências da violência nas comunidades do Rio de Janeiro. Premiado em festivais brasileiros e internacionais, o longa de Fernando Meirelles, com codireção de Kátia Lund, foi indicado em categorias do Oscar e do Globo de Ouro, e revelou talentos como Douglas Silva, Roberta Rodrigues, Leandro Firmino, Alice Braga e Darlan Cunha. 

Inicialmente fora do universo do cinema, o outro fato que permanece marcado na história e completa 25 anos é a morte da princesa Diana. Aconteceu da mesma forma espetacular como ela viveu seus últimos 16 anos de vida. Acompanhada sempre pelos holofotes da mídia, o acidente em Paris na madrugada de 31 de agosto de 1997 seguiu a lógica. Mencionei antes o “Inicialmente fora do universo do cinema” pois a vida e a morte da assistente de creche de origem nobre e jeito tímido que casou com o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, ganhou, depois de sua morte, telas de todas as proporções nos quatro cantos do mundo. Fora do “conto de fadas” do príncipe e da plebeia, os dramas da eterna Lady Di foram retratados também em reportagens e seriados, alguns reproduzindo até mirabolantes teorias conspiratórias. O que há de verdade e o que há de invenção mantém uma aura que deve permanecer por muito tempo. De tudo isso algo não se pode negar. Tanto “Cidade de Deus” quanto Lady Di estarão presentes quando os temas cinema, Brasil, França, realeza, conto de fadas e imprensa vierem à tona.


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