"Era melhor ver o filme do Pelé"

Pelo nosso calendário, neste sábado termina o 2022. Que ano, hein!? O primeiro depois de dois anos de uma das maiores pandemias de todos os tempos. Transformações, adaptações e mudanças em todos os níveis. Inclusive no universo cultural. E como todos, um ano de perdas. E foram muitas, e importantes. Mas, o dinamismo da vida e do jornalismo nos espera sempre na próxima vírgula. Na última quinta-feira o mundo foi informado da morte do “rei Pelé”. Uma morte anunciada, mas nem por isso menos impactante. Com ela e com as redes sociais vieram as muitas fotos, textos e reflexões sobre o gênio do futebol. Relatos muitos. Alguns até interessantes. Poucos, mas válidos.

Passada a euforia das redes, a gente lembra do indicado pelo personagem mexicano que mais influenciou parte importante da geração nascida depois do Brasil tricampeão. Chaves vaticinou: “Era melhor ter ido ver o filme do Pelé!”. E falando em filme, um dos mais instigantes sobre o craque inigualável é o documentário “Pelé”, lançado  ano passado pela Netflix e que relembra toda a trajetória do Rei do Futebol. Do garoto que engraxava sapato para ajudar a família ao futebolista mais respeitado do mundo, o caminho do jogador é costurado com imagens de gols, comemorações e revelações. E tem até Pelé sentando na cadeira e encarando perguntas dos realizadores. Ricas são as entrevistas de ex-companheiros de equipe, incluindo Zagallo, Jairzinho e Rivellino.

A direção do documentário foi estrangeira, dos britânicos David Tryhorn e  Ben Nicholas, e não poupa elogios em imagens e em palavras. Mas também não se furta de perguntas incômodas para respostas difíceis do “rei”. Ah, e teve outras mortes no dia em que Pelé nos deixou. Mas, como naquele 25 de junho de 2009, da morte de Michael Jackson, a perda da “ex-Pantera” Farrah Fawcett virou nota de rodapé de página. Na última quinta os rodapés foram da estilista britânica Vivienne Westwood e do cineasta italiano o italiano Ruggero Deodato. E vamos em frente, desejando um 2023 o mais feliz possível para todos.