Os 85 anos de Glauber Rocha

Os 85 anos de Glauber Rocha

Correio do Povo

Um dos clássicos do Cinema Novo, "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha

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Impossível falar do cinema brasileiro sem mencionar o nome de Glauber Rocha. Neste mês, em que ele completaria 85 anos, sua memória é reverenciada em várias partes do país. Considerado um dos mais importantes diretores do país, o baiano que marcou as décadas de 1960 e 1970 com importantes inovações à indústria do cinema brasileiro e que teve três de seus títulos, que concorreram à Palma de Ouro em Cannes. Para sempre reavaliar e ressignificar seu trabalho, vale lembrar de “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, clássico com Maurício do Valle como Antônio das Mortes, assassino de aluguel que caça cangaceiros rebeldes. O longa se debruça sobre a cultura popular nordestina e consagrou Glauber Rocha com o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes de 1969.

Outro título a ser lembrado e revisitado por quem já viu é o clássico “Terra em Transe”, considerada uma das principais obras do cinema brasileiro de todos os tempos. Com maestria, surge na trama, como pano de fundo o ciclo das ditaduras militares de países latino-americanos dos anos 1960. Quem vê não esquece da performance do ator Jardel Filho como Paulo Martins, um poeta e intelectual com sonhos revolucionários em meio a uma dura guerra política. A lembrança do filme, sempre que se trata de abordar a história do cinema brasileiro, remonta também ao fato de ter conquistado o sempre desejado prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema, a Fipresci, na edição de 1967 do festival francês. E não se pode esquecer do cultuado “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, segundo longa de Glauber Rocha, e responsável por colocar em prática os princípios da chamada “estética da fome”, com a história do vaqueiro Manuel que se revolta contra a exploração dos coronéis, na brutal realidade do sertão nordestino daquela época.


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