Platino sem Brasil

Platino sem Brasil

Marcos Santuario

Produção "Dom" com Laila Garin, atriz que estará em Madri para o Platino

publicidade

Mais do que uma pena me parece uma injustiça. Neste final de semana, em Madri, os olhos do mundo cultural estão voltados para a realização da 10ª edição dos Prêmios Platino. Mas o Brasil não estará presente em nenhuma das categorias em competição. Nenhum  filme ou série que havia sido pré-selecionado passou para a fase final. Curiosamente triste. Garanto que não é por falta de qualidade técnica, criatividade narrativa ou atuações potentes em nossas nacionais.

Acompanho a premiação há anos e sei da qualidade das produções que circulam desde os primeiros anúncios até a festa de premiação. Para este ano, a potencialidade audiovisual brasileira poderia ter chegado até a final. Sem dúvidas. Basta observar as pré indicações que saíram aqui do país. É que os longas "Marte Um", de Gabriel Martin, representante do Brasil na corrida por uma vaga ao Oscar de Filme Estrangeiro deste ano, e “A Viagem de Pedro”, de Lais Bodanszky, estavam, entre outros, nesta lista até o último momento. Com seis  e cinco indicações, respectivamente, nas diversas categorias desta décima edição dos Prêmios. E, além de competir nestas categorias de longas, o Brasil havia sido pré-indicado também nas categorias Série de TV, destacando  “O Rei da TV”, tendo como personagem principal o apresentador de tevê e empresário Silvio Santos, com quatro indicações; e “Rota 66: a Polícia que Mata”, baseada na obra de Caco Barcellos, e com Humberto Carrão no elenco, com três indicações.

A única representação oficial nos Prêmios Platino 2023 não será no universo do audiovisual e sim com a presença da atriz e cantora Laila Garin e do ator Alejandro Claveaux, em número musical. Eles atuaram  em “Gota d’água a Seco”, de Chico Buarque,  espetáculo que  deu à Laila a indicação ao Prêmio APCA de melhor atriz e os prêmios brasileiros Cesgranrio, Bibi Ferreira e Reverência. Enfim, lástima reduzir a participação brasileira a esta presença no palco. Isso aponta, no mínimo, desconhecimento da potente, criativa e talentosa produção audiovisual brasileira. Laila, por exemplo, está na série “Dom” (foto), sucesso em vários países, em sua segunda temporada. E “made in Brasil”.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895