Preservar e reviver

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Encontros, exibições, debates e discussões agitaram a 18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto

Marcos Santuario

Leo Lara/ Universo Produção/ Divulgação/ CP

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Foram seis dias de encontros, exibições, debates e discussões na 18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, encerrada na última semana de junho. Lugar ideal para debruçar-se sobre as temáticas de preservação, educação e história, envolvendo o universo do audiovisual. A histórica cidade do interior de Minas Gerais, cercada pela generosidade acolhedora daquele povo, aplaudiu de pé também o contato direto realizado entre entidades da educação e da cultura com representantes do governo federal. Destes momentos em Ouro Preto saíram, além de todas as experiências humanas e sensoriais, propostas concretas, agora a caminho do poder público, em áreas essenciais. 
Algumas delas estão na Carta de Ouro Preto, da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA). Nela foram exaltadas duas iniciativas: a criação, por parte do Ministério da Cultura, de uma diretoria de Preservação e Difusão Audiovisual; e a fundação do Fórum Brasileiro de Museus da Imagem e do Som – MIS em Rede. Para além disso, a Carta reforça ainda a atualização do Plano Nacional de Preservação Audiovisual (PNPA), documento desenvolvido durante vários anos em encontros da CineOP e que seria protocolado no governo federal em 2016. Pelas mudanças ocorridas em esferas da política nacional naquele momento, a entrega não foi possível. Com novos ares da política atual, com a recriação do Ministério da Cultura em janeiro de 2023, a entidade encontrou novos canais de diálogo, que culminaram num novo Plano e sua ocasional entrega ao governo. 


Além das exibições cinematográficas e dos encontros com realizadores do audiovisual brasileiro, aconteceu em Ouro Preto também o Encontro da Educação e XV Fórum da Rede Kino. A organização lançou a Carta de Ouro Preto chamando a atenção para a implantação de uma nova Política Nacional de Educação Digital (PNED). Segundo a Rede, suas pesquisas apontam que 82% do conteúdo digital que circula na internet é audiovisual, motivo mais do que relevante para justificar a mobilização pelo tema. O que fica, concretamente, deste evento que completa 18 anos é que a CineOP tem potencializado as ações que criam uma convergência fundamental entre o audiovisual, a educação e a preservação. É cinema, memória e cultura.


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