Telona nacional em alta

Telona nacional em alta

Marcos Santuario

Filme "O Debate" com Débora Bloch e Paulo Betti no elenco e direção de Caio Blat

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O cinema feito hoje no Brasil é potente e de alta qualidade. Digo isso depois de assistir a quase 300 longas-metragens brasileiros em meio à seleção de filmes para a recente edição dos 50 anos do Festival de Gramado. Foi lá que, aplaudidos de pé, alguns dos filmes nacionais exibidos em competição mostraram esta realidade empolgante. Nem todos estão acostumados a ver filmes brasileiros, rompendo preconceitos e dando chance para as novas cinematografias. Mas recomendo. E muito. Alguns destes filmes, inclusive, podem ser vistos nesta semana, momento em que invadiram as telas de cinema do país. Do Palácio dos Festivais de Gramado para as telonas, um dos filmes mais premiados desta edição já pode ser visto fora do evento. “Marte Um”, mineiro de Gabriel Martins levou quatro Kikitos e foi ovacionado pelo público em sua exibição de estreia. No elenco, Cícero Lucas, Carlos Francisco e Camilla Damião encantam em uma trama que trata de sonhos, desejos, frustrações e conquistas, no universo pessoal e na sociedade contemporânea. O filme de Martins tem sido até mencionado como um dos fortes candidatos a representar o Brasil na próxima premiação do Oscar. 
E as produções brasileiras vão mostrando também novos talentos, como é o caso do ator Caio Blat, que estreia na direção com “O Debate” (foto). Capaz de envolver e surpreender, o drama jornalístico/político ganha vigor nas atuações de Paulo Betti e Débora Bloch. Tudo amarrado com roteiro criativo e assertivo criado pela dupla Guel Arraes e Jorge Furtado. É o Brasil fazendo cruzamentos entre vivências pessoais e sociais no universo da política e do jornalismo televisivo. Dos dramas para a ação, os criadores brasileiros também podem “engajar” o público. Exemplos disso já estão também nas telas em busca de espectadores brasileiros. “Assalto na Paulista” é um policial dirigido por Flávio Frederico que se inspira livremente no que foi considerado um dos maiores assaltos a bancos privados no Brasil. O outro título brasileiro é “Cano Serrado”, de Fernando Erick de Castro, com Paulo Miklos e Rubens Caribé, em uma estória de vingança e corrupção. Pelo visto tem cinema brasileiro para “hoje e amanhã”. Cacá Diegues, saindo do Festival de Gramado deste ano me disse: finalizei novo roteiro aqui na Serra”. Que venha!

 


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