Alckmin terá papel estratégico de aproximar PT a setores

Alckmin terá papel estratégico de aproximar PT a setores

Vice-presidente, que coordena a transição de governo, foi elogiados por petistas que integram grupo

Taline Oppitz

Nesta quarta-vice, Alckmin anunciou novos nomes que devem integrar os 16 grupos técnicos da equipe transição

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Presidente do PT gaúcho e integrante da transição, o deputado federal Paulo Pimenta está otimista em relação à aprovação da chamada PEC da Transição, ainda não apresentada oficialmente. Segundo Pimenta, a PEC tem três objetivos principais: de manutenção e viabilidade de programas sociais, de recomposição dos orçamentos para saúde e educação, pelo menos no patamar deste ano, e de retomada de obras inacabadas pelo país. A retomada do programa Minha Casa, Minha Vida também está no horizonte. Pimenta integra a transição nos setores de Infraestrutura e de Adequação Orçamentária.

“A PEC não cria novas despesas, mas permite um remanejamento de recursos para áreas consideradas prioritárias”, disse, em entrevista ao programa ‘Esfera Pública’, da Rádio Guaíba. Em relação às informações de bastidores, de que setores do PT estariam insatisfeitos com o protagonismo garantido por Lula (PT) ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), Pimenta negou o cenário.

“Estamos em lua de mel com Alckmin. Todos estão satisfeitos, e eu também, com a forma dele de trabalhar. Fomos muito felizes na escolha do vice”, disse o dirigente petista. Pimenta reconheceu que o papel de Alckmin na eleição deste ano foi muito similar ao de José Alencar na corrida presidencial de 2002, a primeira em que Lula saiu vitorioso. “Com certeza as atuações de Alckmin e de Alencar, já durante as campanhas, foram muito parecidas.

No governo, Alckmin terá ainda uma tarefa mais desafiadora. Entre elas, a de articulação e de aproximação junto a setores dos quais nos afastamos ao longo do tempo como o do agronegócio”, afirmou, mencionando ainda a atuação internacional. Pimenta destacou ainda que os vices em governos do PT, tradicionalmente, não são meros coadjuvantes. 

Prazo do auxílio gera divergências

Um dos pontos que no momento está gerando maior impasse em torno da chamada PEC da Transição é o tempo de manutenção do Auxílio Emergencial de R$ 600,00, que deve voltar a ser chamado de Bolsa Família. Chefe da Casa Civil e coordenador da transição pelo atual governo, Ciro Nogueira (PP) afirmou no último domingo que o prazo deve ser de um ano. Lula e integrantes da futura gestão defendem um período maior. No Egito, onde ambos participam da COP27, Lula conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que teria sinalizado concordar com o pagamento pelo prazo de quatro anos.

"Não podemos ter tudo"

O PT não irá lançar candidatos às presidências da Câmara dos Deputados e do Senado. A afirmação foi feita por Paulo Pimenta. Questionado se a decisão se referia a acordo com o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que visa a reeleição, Pimenta negou. “Não teremos candidatos e não há acordo nenhum. Não podemos ter tudo. Já conquistamos a presidência da República”, disse o dirigente. 

Em tempo: Os gaúchos estão em alta na transição. Nesta quarta-feira, mais dois foram anunciados: Manuela d’Ávila (PCdoB), no setor de Comunicação, e Miguel Rossetto (PT), na área de Desenvolvimento Agrário. 


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