Em meio ao cenário de indefinições que marca o mapa eleitoral gaúcho a 70 dias do fim da disputa, a segunda-feira contou com uma definição. O PT anunciou o ex-governador Olívio Dutra como pré-candidato ao Senado, na chapa encabeçada por Edegar Pretto. A confirmação veio ainda acompanhada de uma novidade. Olívio afirmou que, caso seja eleito, exercerá o mandato coletivo, formato permitido pela Justiça Eleitoral. Na prática, significa que irá compartilhar o mandato com os dois suplentes, que ainda não foram definidos, mas que devem ser indicados pelo PCdoB e pelo PV, partidos que integram a federação com o PT. Os detalhes serão discutidos no decorrer desta semana.
Ala de dirigentes petistas ainda aposta na possibilidade, remota, de atrair o PSB, que confirmou a candidatura de Beto Albuquerque no fim de semana, para reforçar a aliança. Algumas lideranças, no entanto, já reconhecem que a união não irá se concretizar e que a chapa ficará restrita aos três partidos. Além de estremecimentos antigos nas relações entre o PT e o PSB, petistas passaram a fazer críticas públicas, recentemente, sobre a postura do PSB no Estado, que deixou de ser considerado pelo antigo aliado como de esquerda devido a participação em governos, inclusive dos de direita e centro-direita no Piratini.
Ironicamente, as mesmas lideranças não apresentam resistências ou críticas ao fato de o ex-tucano Geraldo Alckmin, um adversário histórico, ter se filiado ao PSB para ser confirmado como vice de Lula na corrida presidencial. É a política e suas contradições, que acabam sendo ignoradas desde que facilitem o objetivo partidário. O PSB apoia o PT nacionalmente, mas sem integrar a federação.
Taline Oppitz