Após ataques, poderes articulam forte reação aos invasores

Após ataques, poderes articulam forte reação aos invasores

Em movimento conjunto, investigações tem como um dos objetivos identificar quem bancou os acampamentos, bloqueios e manifestações

Taline Oppitz

No final da tarde de segunda-feira, governadores e Chefes de Poderes se reuniram no Palácio do Planalto

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O dia seguinte ao último domingo, em que os prédios dos poderes da República foram invadidos, destruídos e vandalizados, em cenas criminosas que rodaram o mundo, foi marcado por desdobramentos que representam apenas o começo do que está por vir. A intenção era a de mostrar indignação, insatisfação com o resultado eleitoral, mostrar poder e permanecer nos locais, símbolos da democracia brasileira, visando ainda dar fôlego a outros atos pelo país. Quanta ingenuidade. O tiro, obviamente, saiu pela culatra.

Além de toda repercussão, solidariedade e apoio de líderes internacionais, a investida levou a união, inédita contra a própria tentativa bélica de golpe, em torno das instituições, do Estado Democrático de Direito e do governo Lula. A violência das ações e a extensão dos estragos derrubaram a narrativa de “patriotas” defendendo o país e desmascararam boa parte dos integrantes destes movimentos e suas verdadeiras intenções. Mais do que isto. Alvos frequentes das críticas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, as atuações do Supremo e, pessoalmente, do ministro Alexandre de Moraes, que de fato, em alguns episódios ultrapassou suas prerrogativas, agora estão respaldadas.

Não apenas em inquéritos já em andamento, como o das fake news, como outros que virão pela frente. E a lista de envolvidos, investigados e que devem responder por seus atos é imensa e vai bem além dos integrantes dos grupos que bloquearam estradas e invadiram, neste domingo, os prédios do Planalto, do Congresso e do Supremo. Um dos alvos principais, que já estava no horizonte há tempo, mas que ganhou fôlego e motivação incisiva, é o de identificar quem bancou os acampamentos, bloqueios e manifestações. Houve recursos, organização e estratégia no que se viu em outros momentos e em Brasília, e não apenas a união de bons cidadãos insatisfeitos e tampouco a ação de infiltrados para inflamar o grupo de milhares. A mera tentativa de uso deste argumento é subestimar a inteligência alheia ou de comprovar a própria ingenuidade ou ignorância. 


 


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