Apoio do PSDB a Tebet não encerra novela no RS

Apoio do PSDB a Tebet não encerra novela no RS

MDB gaúcho segue resistindo a recuar da candidatura própria

Taline Oppitz

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Mais de duas semanas após o recuo forçado de João Doria, a cúpula nacional do PSDB anunciou o apoio à pré-candidata do MDB, senadora Simone Tebet. Será a primeira vez, desde sua criação, há 34 anos, que os tucanos não terão representante próprio ao Planalto. Logo após a manifestação, Tebet se pronunciou nas redes sociais. “Este é um reencontro do centro democrático não agendado pela história, mas exigido por ela. No passado, democracia, cidadania, justiça social. Hoje, pelos mesmos valores e com a mesma urgência, unimos forças por um Brasil sem fome e sem miséria”, escreveu.

A maioria dos integrantes da executiva votou pela coligação. Entre os contrários, está Aécio Neves, que fez previsão realista sobre os reflexos da decisão. "Eu temo que o apoio a Tebet não tenha correspondência na base real do PSDB, que hoje se divide entre Lula e Bolsonaro", disse Aécio. O nome mais cotado para a vice, cuja indicação ainda não foi confirmada, é o de Tasso Jereissati. A posição do PSDB representou avanço nas negociações nacionais, mas nem de perto o fim da novela que envolve a chamada terceira via e seus reflexos no Rio Grande do Sul.

Além das dissidências, que certamente ocorrerão, não apenas no PSDB, mas também no MDB, as parcerias nos estados, exigidas durante as articulações, ou não avançarão ou, pelo menos, não serão imediatas. A partir de agora uma sucessão de reuniões deve ocorrer em solo gaúcho para tentar viabilizar entendimento entre os dois partidos em solo gaúcho. O Rio Grande do Sul é considerado estratégico pelos tucanos e a administração Eduardo Leite uma vitrine do modo de governar do PSDB para o país. O foco das conversas será o de montar uma chapa com Leite na cabeça e o MDB, um dos maiores partidos do Estado, na vice. Emedebistas gaúchos, no entanto, seguem resistindo a recuar da candidatura própria. Os próximos dias serão decisivos para o desfecho. Gabriel Souza pode vir a ser o vice de Leite, ou, inclusive, outro nome do MDB, ou pode permanecer como adversário do tucano. Por ora, a tendência mais provável.

 


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