As engrenagens da disputa ao Piratini em 2022

Faltando dez meses para a disputa ao Palácio Piratini em 2022 o cenário ainda está aberto, e como mostra a reportagem da Flavia Bemfica, nomes não faltam. Porém, de certa maneira, todos eles fazem parte de uma grande engrenagem. Nenhum deles é uma peça solitária. A movimentação de um causa rotação ou potência no outro.

Exemplo dessa ligação é o MDB. O partido pretende definir o nome do seu pré-candidato ao Piratini em fevereiro, por meio de prévias. Três nomes despontam: Alceu Moreira, Gabriel Souza e José Paulo Cairoli. Além de perfis diferentes, representam movimentos diferentes dentro do mesmo partido, passando por um alinhamento maior ou menor com o atual governo, de Eduardo Leite. Esse que, por sua vez, após perder as prévias nacionais, diz estar fora do jogo. Mas é ilógico pensar que o atual comandante do Piratini não irá defender a sua gestão.

A questão é que a construção do seu sucessor passa exatamente pelas articulações com os demais partidos. E, nessa ponta da engrenagem quem é afetado é o PP, que faz parte do atual governo, mas que, ao mesmo tempo, tem como pré-candidato Luis Carlos Heinze, ligado ao presidente Jair Bolsonaro. E, falando em Bolsonaro, está Onyx Lorenzoni, que, apesar de ministro, vem traçando o campo para disputar o Piratini, porém, não pelo Dem, mas pelo PL.

E poderão ser as articulações nacionais que vão definir quais nomes poderão receber mais potência do lado esquerdo, mais especificamente em relação aos candidatos do PT e PSB e tão sonhada frente ampla. Como a política é dinâmica, é preciso ter cautela sobre essa fotografia do cenário eleitoral. 

Em tempo: A política também vive de fatores externos, que podem, perdoem o trocadilho, acabar com o jogo. Em 2021, a situação do Grêmio no campeonato brasileiro pode ter inviabilizado a candidatura de Romildo Bolzan Júnior (PDT), que em 2020 aparecia com certa representatividade, apesar de ele nunca ter assumido participar da disputa.